À terceira ainda não foi de vez. O concurso da Atlânticoline para a compra de dois navios eléctricos terminou “sem propostas admitidas”, anunciou a companhia açoreana.
Apesar do “aumento do número de interessados a consultar o caderno de encargos”, apenas se apresentaram duas propostas ao concurso lançado pela Atlânticoline em Novembro passado.
Mas, “após a análise do júri às propostas submetidas, verificou-se que estas não cumpriam os requisitos do caderno de encargos, o que levou à sua exclusão”, referiu a empresa, em comunicado.
A Atlânticoline lamentou o desfecho do processo, por considerar que “seria uma oportunidade valiosa para expandir a sua frota e melhorar a qualidade e oferta do serviço prestado”.
O concurso lançado em Novembro fixava um preço base de 30,5 milhões de euros (mais do que os 25 milhões propostos anteriormente) para as duas embarcações e um prazo de 480 dias para a execução do contrato.
“Esta teria sido ainda uma oportunidade de antecipar a necessidade que se verificará a médio prazo de substituição dos navios Cruzeiro do Canal e Cruzeiro das Ilhas, ainda que actualmente cumpram todos os requisitos de segurança e ofereçam todas as garantias de adequabilidade à operação, sendo certo que não é possível garantir a actual oferta anual de viagens sem recurso a esses navios”, lê-se na nota.
O fracasso do concurso compromete o recurso ao PRR para financiar os navios. Ainda assim, a Atlânticoline garantiu que “mantém o seu compromisso de permanecer atenta às oportunidades de financiamento europeu que possam surgir, empenhada em garantir as condições para cumprir a sua missão de assegurar um serviço de transporte marítimo de pessoas e veículos com fiabilidade e segurança, contribuindo para o desenvolvimento económico e social da região”.
O secretário das Finanças, Planeamento e Administração Pública do Governo dos Açores, Duarte Freitas, anunciou entretanto a reprogramação de 75,6 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) nos Açores, com 22,7 milhões dedicados à saúde e 41 milhões ao programa SOLENERGE.
Entretanto, mantém-se o contencioso judicial entre a Atlânticoline e o Grupo ETE (Transinsular e Navaltagus) ainda a propósito do segundo concurso para o fornecimento dos dois navios eléctricos, cujo contrato acabou por não ser assinado.