A presidente indigitada da Atlânticoline espera adjudicar até Agosto a construção dos dois navios eléctricos para operaram no arquipélago, na sequência do concurso público lançado em Janeiro.
“Estamos a aguardar o relatório da avaliação do júri, sabendo que uma das três empresas concorrentes apresentou um valor superior aos 25 milhões de euros [valor base do concurso]”, explicou Isabel Dutra durante uma audição parlamentar na Comissão de Economia da Assembleia Regional, realizada em Ponta Delgada.
Segundo a administradora (actual vogal no Conselho de Administração), a Atlânticoline está a aguardar a apresentação, até ao próximo dia 24 , do relatório preliminar do júri do concurso, para adjudicar a construção dos dois novos navios, que serão financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Esperemos que pelo menos uma das candidaturas cumpra todos os requisitos e que possa ser feita a adjudicação, eventualmente durante o mês de Agosto, para que os navios possam ser entregues à Região, de acordo com o que está definido no caderno de encargos, até 31 de Dezembro de 2025”, adiantou Isabel Dutra.
Confrontada pelos deputados sobre se já estarão ultrapassados os constrangimentos relacionados com o carregamento dos barcos em terra, a administradora adiantou que estão ainda a decorrer reuniões entre a Atlânticoline e a empresa Eletricidade dos Açores (EDA) para definir os equipamentos que serão instalados nos portos das ilhas do Triângulo (Faial, Pico e São Jorge), onde os navios eléctricos vão operar.
“Os carregamentos em porto, tudo indica, serão feitos através de baterias, que serão carregadas durante a noite, que depois permitirão o carregamento dos navios durante o dia”, adiantou Isabel Dutra, acrescentando que será instalado um posto de carregamento rápido em São Roque do Pico e “dois normais” nos portos da Horta (ilha do Faial) e das Velas (ilha de São Jorge).
Durante a audição parlamentar, Isabel Dutra manifestou também o desejo de manter a paz social na empresa e de evitar novas greves, como as que ocorreram durante os primeiros meses deste ano e que provocaram o cancelamento de mais de seis dezenas de viagens.
A Atlânticoline opera com cinco embarcações próprias: a lancha Ariel, com capacidade para 12 passageiros, os navios Cruzeiro das Ilhas e Cruzeiro do Canal, com capacidade para 191 passageiros, e os ferries Mestre Jaime Feijó e Gilberto Mariano, capazes de transportar, respetivamente, 333 passageiros/13 viaturas e 296 passageiros/10 viaturas.
A empresa pública, que tem 120 trabalhadores, transporta anualmente mais de meio milhão de passageiros, a maioria dos quais entre o canal Faial/Pico, numa distância de cerca de 5 milhas náuticas.