No espaço de três meses, o investimento do consórcio Elos na PPP Poceirão-Caia aumentou 50 milhões de euros. Números a ter em conta num eventual pedido de indemnização caso a obra não avance.
A construção do troço Poceirão-Caia, da linha de Alta Velocidade Lisboa-Madrid, que deveria ter começado no primeiro trimestre deste ano, “poderá iniciar-se ao longo do próximo trimestre” se entretanto “não houver nada em contrário”, referiu aos jornalista Pedro Gonçalves, CEO da Soares da Costa, co-líder do consórcio Elos.
O contrato (revisto) de concessão continua a aguardar o visto prévio do Tribunal de Contas, mas isso não significa que o consórcio esteja parado. Como explicou o CEO da construtora, continuam os trabalhos de anteprojecto e projecto, assim como os levantamentos topográfico, cadastral e arqueológico.
Pedro Gonçalves salientou, aliás, “a quantidade de trabalho que já está hoje realizado” e que terá também expressão no montante do investimento feito pelo consórcio. Se no final do ano de 2010 rondaria os 100 milhões de euros, agora já terá ultrapassado os 150 milhões.
Questionado pelos jornalistas sobre as consequências de um eventual cancelamento do projecto, o CEO da Soares da Costa apenas disse que o valor da indemnização a pedir só será discutido se e quando a situação se colocar.
No entretanto, a administração do consórcio (onde a Brisa é também co-líder) estará para decidir se avança com um pedido de compensação ao Estado pelos custos suportados no concurso para a AV Lisboa-Poceirão, que o Governo acabou por anular. Pedro Gonçalves disse a propósito que “se existem mecanismos previstos no Código dos Contratos Públicos é normal que sejam utilizados do lado dos concorrentes”.