O processo de concessão do terminal de granéis líquidos do porto de Aveiro arrastou-se durante quatro anos. Agora, a administração portuária quer encontrar uma nova solução, mas não se compromete com prazos.
Ao fim de quatro anos de avanços e recuos, a administração do porto de Aveiro decidiu-se por anular o concurso para a concessão do terminal de granéis líquidos. Justificação: os pressupostos do caderno de encargos e as propostas apresentadas pelos concorrentes estão agora desfasados da realidade.
Foram seis os concorrentes que se apresentaram à concessão. Entre eles a Petrogal, que protagonizou um “folhetim” em torno das falhas do seu processo de candidatura. Acabou por desistir. Os grupos liderados pela ETE, Teixeira Duarte e Cisterpor também ficaram pelo caminho. Na recta final estavam a Mota-Engil (com a Tertir, Socarpor e Prio) e a OA Agencies (grupo Orey, com a brasileira Granel Química).
A concessão seria feita por um prazo de 20 anos, prorrogável por mais cinco. O preço a cobrar aos clientes finais seria o principal critério para a escolha do vencedor.
Em declarações ao “JdN”, José Luís Cacho disse que no imediato “o terminal vai continuar a ser operado pelas empresas que estão lá instaladas”. Quanto ao futuro da concessão, o presidente do Porto de Aveiro afirmou que “vamos conversar com todos para ver se conseguimos arranjar uma solução que seja boa para nós [porto], para os potenciais concorrentes e para as empresas que estão instaladas no terminal”.
Um novo concurso será forçosamente lançado, mas para já não há qualquer previsão para a sua realização.
A movimentação de granéis líquidos tem sido uma das alavancas do crescimento da actividade no porto de Aveiro. Entre Janeiro e Abril foram ali movimentadas perto de 358 mil toneladas.