As duas empresas de estiva do porto de Aveiro, a Aveirport e a Socarpor, declinaram o convite para integrarem a gestão da “nova” ETP de Aveiro. Dentro de dez dias se saberá como votaram o plano de recuperação da empresa.
O plano apresentado pela administradora da insolvência, Paula Mattamouros Resende, prevê que a gestão da empresa seja doravante exercida por ela própria, por um representante dos trabalhadores do Porto de Aveiro (no caso, o presidente do sindicado, Eduardo Marques) e por um representante das empresas de estiva.
Mas a Aveiport (Grupo ETE) e a Socarpor Aveiro (Grupo Mota-Engil) recusam integrar a gestão, por considerarem terem sido “afastadas” da elaboração do plano de recuperação. Resta a dúvida de saber se votarão favoravelmente o plano apresentado. A juíza decidiu que os credores têm dez dias para votarem por escrito.
Face à recusa das empresas de estiva, a gestão da empresa poderá ficar resumida a dois elementos.
O plano de viabilização da ETP de Aveiro prevê, entre outras medidas, a rescisão de contrato com dez dos 60 trabalhadores da empresa, para com isso reduzir em 343 mil euros os custos fixos anuais. As indemnizações, avaliadas em 435 mil euros, serão financiadas por um empréstimo do sindicato dos trabalhadores do porto, a ser pago num prazo de oito anos, vencendo juros à taxa anual de 4%.
Quanto ao pagamento das dívidas acumuladas, avaliadas em mais de 900 mil euros, propõe-se o pagamento em três anos dos créditos dos trabalhadores, avaliados em mais de 200 mil euros. Já os demais credores receberão num prazo de oito anos, com um ano de carência.