A companhia aérea brasileira Azul desistiu da compra da Latam, que declarou falência em consequência das perdas provocadas pela pandemia.
Em comunicado, a Azul confirmou ter entregue, no passado dia 11, uma proposta de compra da Latam e justificou o recuo com o plano de reestruturação apresentado por aquela que é a maior companhia aérea da América Latina.
O plano de reestruturação que a Latam apresentou na sexta-feira perante um tribunal de Nova Iorque propõe uma injecção de 8,1 mil milhões de dólares (7,1 mil milhões de euros), através de uma combinação de aumento de capital, títulos conversíveis e dívida.
A Azul explicou que a sua proposta de aquisição do grupo de aviação chileno previa uma capitalização de 5 mil milhões de dólares (4,4 mil milhões de euros) e foi apoiada por alguns credores da Latam. A oferta previa que os accionistas da Azul e os credores da Latam tivessem participação numa futura empresa resultante da fusão.
A Azul esclareceu que, apesar da sua proposta, neste momento o nível com que a Latam avaliou os seus negócios no plano de reestruturação “é superior ao que a Azul considera razoável, especialmente considerando as contínuas incertezas no sector, principalmente nos mercados internacionais de longa distância”.
A companhia aérea brasileira calculou inicialmente que a sua proposta de fusão dos negócios com os da Latam geraria sinergias na ordem de 4 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros) graças ao crescimento da rede aérea e à ampliação do número de destinos.
Essas sinergias gerariam “uma grande criação de valor para os accionistas da Azul e maior recuperação para todos os credores latino-americanos”, sem violar as regras do processo de recuperação judicial negociado com as autoridades norte-americanas”, acrescentou.
Apesar de ser a segunda maior companhia aérea do Brasil no mercado depois da Gol, a Azul, com uma frota de 140 aeronaves, é a maior em número de voos e destinos, com 916 voos diários para 116 destinos.
A Latam e as suas subsidiárias no Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru e Estados Unidos pediu falência como resultado da crise gerada pela pandemia de Covid-19 quando a empresa, nascida em 2012 da fusão entre a chilena LAN e a brasileira TAM, reduziu a sua operação em até 95%.