Baixar os preços das portagens nas ex-SCUT pode ser um bom negócio e gerar um aumento de receitas, conclui um estudo da Infraestruturas de Portugal, encomendado pelo anterior Governo.
O estudo, a que a TSF teve acesso e hoje divulgou, foi realizado a pedido do anterior Governo PSD-CDS, embora as suas conclusões nunca tenham sido conhecidas, nem sido colocadas em prática, surgindo agora, numa altura em que o actual Executivo já anunciou que vai descer as portagens em algumas SCUT, embora ainda não tenha revelado quando, nem os valores.
De acordo com o estudo, os ganhos em receitas com portagens seriam especialmente grandes na A23 (auto-estrada da Beira Interior), bem como na A22 (Via do Infante, Algarve), já que, com uma redução de 15%, ambas renderiam individualmente mais de cinco milhões de euros.
O estudo da Infraestruturas de Portugal revela ainda que apenas a antiga SCUT A4 (Grande Porto) e a A28 (Norte Litoral) dariam menos receitas se os preços descessem, sendo que a subida também seria previsível na A25 (auto-estrada das Beiras Litoral e Alta), A29 (auto-estrada da Costa da Prata) e A24 (auto-estrada do Interior Norte).
Segundo a TSF, que fez vários cálculos, juntando os resultados estimados para as sete ex-SCUT, o cenário é de que a receita global aumentaria cerca de 22 milhões de euros. Mais: o Estado ficaria a ganhar dinheiro se descesse os preços, mesmo se esta descida chegasse aos 35%.
À TSF, fonte do Ministério do Planeamento e Infraestruturas avançou que tinha conhecimento da conclusão do estudo, ou seja, de que a descida de preços resultaria num aumento das receitas das ex-SCUT, não se mostrando surpreendida, pois após a introdução das portagens o tráfego diminuiu de forma significativa naquelas vias.
Segundo a mesma fonte, a conclusão do estudo terá sido tomada em consideração para a decisão de baixar as portagens no Interior do país já este Verão, embora ainda não sejam conhecidas as novas tarifas, nem a data em que entrarão em vigor.