O Baltic Dry Index (BDI) continua em queda livre e pode baixar dos 300 pontos pela primeira vez nas próximas semanas, de acordo com os analistas de mercado. A Drewry sugere cortes radicais na frota.
Ontem (dia 28), o índice baixou 12 pontos para um recorde mínimo de 325, com os fretes diários dos navios capesize a serem transaccionados a cerca de 2 800 dólares (2 566 euros) e os panamax a 2 300 dólares (2 108 euros).
“A este nível, os armadores deverão preferir parar os navios a continuarem a perder dinheiro”, avisa uma nota da corretora Braemar.
Com o Ano Novo Chinês, e a habitual quebra que este acarreta, a nove dias de distância, o BDI, um índice criado em 1985, não deverá recuperar nos tempos mais próximos. A 15 de Janeiro de 2015 o BDI cotava nos 749 pontos e a 1 de Dezembro estava nos 598 pontos.
O índice atingiu o seu pico a 20 de Maio de 2008, quando tocou os 11 793 pontos. O máximo dos últimos cinco anos foi de 2 330 pontos, registado em Dezembro de 2013
Drewry defende desmantelamento de capesizes
A Drewry avisa para a necessidade medidas ainda mais drásticas do que as que têm sido tomadas pelas companhias de transporte de granéis sólidos.
A consultora refere que só o desmantelamento de metade dos navios capesize com mais de 12 anos, o que equivaleria a cerca de 20 milhões de toneladas de porte bruto, permitiria, em conjunto com a inactividade de embarcações (que já tem sido feita), que o sector voltasse aos lucros em 2018.
“A única solução é os armadores removerem os navios capesize mais antigos das frotas até que o mercado recupere; caso contrário o sector terá muitos anos de perdas”, avisa, citado em comunicado, o analista-chefe para os granéis sólidos na Drewry.