Humberto Pedrosa critica o Governo pelo atraso nas concessões/privatizações das empresas de transportes e pela falta de uma política de financiamento público do transporte colectivo.
Em entrevista ao “DE”, o líder do Grupo Barraqueiro, sustenta que o Executivo andou mal quando decidiu “do nosso ponto de vista, erradamente, introduzir previamente um conjunto de medidas – aumento de tarifas e redução dos níveis de serviço -, com o objectivo único de procurar, sem êxito, equilibrar as contas das empresas públicas de transporte”.
Uma má opção até porque, reforça, “estas medidas acabaram por afectar negativamente as empresas privadas na medida em que provocaram, a par de outros factores, uma forte retracção na procura”.
Se as medidas implementadas pelo Governo visaram obter o equilíbrio operacional das EP de transportes, certo é que Humberto Pedrosa não crê ser possível resolver essa equação sem um sistema de financiamento público.
Nas declarações ao “DE”, o empresário refere que “os resultados já conhecidos [da redução de tarifário social e de oferta de serviços] dizem-nos que esta não é a política correcta, este não é o caminho. Do nosso ponto de vista, a solução para os transportes públicos em Portugal passa pela criação de um sistema de financiamento susceptível de suportar cerca de 50% do custo dos transportes, como, aliás, se passa praticamente em todos os países da Europa, sendo o restante suportado pelos utilizadores”.
Quanto a saber como financiar o financiamento público, Humberto Pedrosa sugere a contribuição “dos utilizadores do transporte individual. Damos como exemplo a possibilidade de com um pequeno agravamento da carga fiscal do ISP – meio cêntimo por litro – o que equivaleria a uma receita adicional anual de 40 milhões de euros”.
O Grupo Barraqueiro, líder entre os operadores privados de transporte colectivo rodoviário de passageiros, detém ainda as concessões da Fertagus e do Metro Sul do Tejo, opera o Metro do Porto e é candidato assumido à privatização/concessão dos operadores públicos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.