Baterias da Transtejo atraem só dois candidatos

A Astilleros Gondán, que está a construir a frota de dez ferries eléctricos da Transtejo, e que esteve para ganhar o fornecimento das baterias por ajuste directo (operação fracassada pelo Tribunal de Contas) é um dos dois candidatos ao concurso lançado em Junho passado pela operadora fluvial para comprar as nove baterias em falta.

O outro candidato é a Oceantia, uma startup portuguesa de produção de autocarros eléctricos, criada em 2020, que se deu a conhecer em meados de 2022, mas de que não se conhece ainda a venda de qualquer unidade.

O concurso para o fornecimento das nove baterias em falta para os ferries eléctricos da Transtejo decorre de o Tribunal de Contas ter recusado o visto prévio ao ajuste directo que a empresa se propunha fazer aos estaleiros espanhóis com o argumento de que apenas um modelo de bateria seria compatível com os ferries em construção.

Na sequência, o secretário de Estado da Mobilidade, Jorge Delgado, disse em entrevista que o Governo recorreu a apoio técnico – nomeadamente do INESC TEC do Porto – para “parametrizar o que queremos comprar, por forma a que seja o mais concorrencial possível e possam aparecer diferentes “players” a apresentarem-se como fornecedores daquele produto”.

Facto é que nenhum dos fabricantes e fornecedores de baterias eléctricas para navios se apresentaram ao concurso. Pelo menos directamente. E, assim, afigura-se provável que a Astilleros Gondán acabe mesmo por ganhar o fornecimento das baterias.

O valor base para a compra das nove baterias é de 16 milhões de euros. Dez meses é o prazo fixado para a entrega dos equipamentos.

Entretanto, concretizado que seja este concurso, ficará ainda a faltar a contratação dos serviços de manutenção das baterias por um período de dez anos. Que estava incluída no concurso original para o fornecimento das baterias, mas que foi entretanto retirado para conter a inflação dos preços.