A BestFly anunciou a retirada definitiva do mercado de Cabo Verde e a suspensão das operações da TICV, que assegurava as ligações aéreas inter-ilhas no arquipélago.
“Acreditando não estarem reunidas as condições para prosseguir com o trabalho que tem vindo a desenvolver, a BestFly World Wide, accionista maioritária da TICV, tomou a difícil decisão de deixar de operar definitivamente em Cabo Verde e suspender a operação da companhia TICV no país, tendo esse pedido de suspensão já sido apresentado junto da AAC”, anunciou a companhia.
A justificar a decisão, a BestFly refere a decisão da Agência de Aviação Civil de Cabo Verde de “após aprovação inicial (…) revogar a aprovação que tinha concedido para o contrato de wet lease de uma aeronave mobilizada para regularizar a conectividade inter-ilhas em Cabo Verde e que já se encontrava no país”.
A contratação da aeronave visava suprir a ausência de dois aparelhos imobilizadas por motivos de manutenção. Mas a AAC terá considerado que “não é plausível” o enquadramento do pedido da TICV para a contratação do wet lease.
“A TICV agiu e procedeu em absoluta conformidade com a regulamentação da aviação civil cabo-verdiana. Do lado da AAC, o pedido de aprovação de um contrato para a entrada temporária de uma aeronave em operação, com vista a regularizar a ligação inter-ilhas, foi recebido no que consideramos ser um clima de desconfiança, lentidão e hostilidade, ainda que o procedimento, por parte da TICV, tenha sido levado a cabo com toda a regularidade”, criticou Nuno Pereira, CEO da BestFly World Wide, citado no comunicado.
E reforçou: “temos operado num ambiente de negócios tóxico e punitivo, que condiciona severamente a nossa capacidade de acção, apesar do investimento contínuo que temos feito na conectividade doméstica. Este contexto, longe de ser o ideal, tem sido marcado por situações de franca anormalidade, que impedem uma resposta rápida aos desafios com que qualquer operação aérea se depara e que em nada contribuem para o desenvolvimento económico de Cabo Verde”.
Para terminar: “Sugiro que as autoridades cabo-verdianas façam a devida análise de quantas companhias já operaram em Cabo Verde nos últimos 10 anos. Acredito que o resultado dessa análise deve justificar uma profunda reflexão sobre o ambiente de negócios vivido no país”.
A BestFly, recorde-se, é apontada como uma das parceiras do consórcio Newtour/MS Aviation candidato à privatização da Azores Airlines, e sobre o qual o júri de análise das propostas expressou várias dúvidas.