Com a frota mundial a crescer e a tornar-se mais sofisticada, agudiza-se a falta de tripulantes qualificados, e mais ainda de oficiais, alertam a BIMCO e a ICS.
Em 2026, deverão faltar cerca de 26 mil oficiais para operar a frota mercante mundial, estimam a BIMCO e a ICS na mais recente edição do Seafarer Workforce Report.
Actualmente contam-se 1,89 milhões de tripulante em todo o mundo, para uma frota de 74 mil navios.
Desde 2015, a procura de oficiais aumentou 11,8% e a tendência deverá manter-se, se não mesmo agravar-se: os autores do relatório estimam que sejam necessários 89 510 oficiais até 2026.
O défice é transversal e agravado pelo facto de, mostram-no as estatísticas, serem precisos cada mais oficiais por navio. A situação é particularmente grave em algumas funções.
A falta de tripulantes e de oficiais não é de hoje e a solução não tem passado por atrair mais mulheres para o trabalho no mar. Na verdade, se é verdade que desde 2015 o número de mulheres a bordo cresceu 45,8%, elas ainda representam apenas 1,28% da força de trabalho total do sector.
É, pois, fundamental que a indústria do transporte marítimo promova as carreiras ligadas ao mar junto dos mais jovens e invista na formação e certificação de novos profissionais, mormente em especialidades mais ligadas à digitalização e à descarbonização do sector, defende o secretário-geral da ICS, Guy Platten.
A pandemia que se abateu sobre o mundo desde o início de 2020 tornou mais evidente a dureza da vida a bordo, mas também sublinhou, se necessário, o papel imprescindível da actividade para a manutenção de alguma normalidade no dia-a-dia das populações.