Portugal quer 700 milhões de euros do CEF para co-financiar a linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa, mas a bitola ainda pode ser um entrave.
Portugal está a ultimar uma nova candidatura do troço Porto – Soure da linha de Alta Velocidade Porto – Lisboa à próxima chamada do CEF, procurando obter um co-financiamento de 700 milhões de euros. Mas para isso terá de convencer Bruxelas a deixar passar a bitola ibérica.
O “Expresso” cita um porta-voz da Comissão Europeia, segundo o qual, “tanto o quadro legal em vigor como a orientação geral do Conselho Europeu não proíbem Portugal de iniciar a construção da nova linha férrea Porto-Lisboa com bitola ibérica e posteriormente migrar a linha para a bitola europeia até Dezembro de 2030. Para facilitar essa transição, soluções como as travessas polivalentes serão implementadas para minimizar as interrupções no tráfego ferroviário. Consequentemente, o financiamento da UE através do CEF para apoiar a construção desta linha continua a ser possível”.
O problema é que a nova linha, que o Governo pretende construir em bitola ibérica, só estará concluída depois de 2030. O Executivo conta, por isso, a com flexibilização dos prazos por parte de Bruxelas e com a aceitação dos argumentos em favor da opção pela bitola europeia.
Ao “Expresso”, o secretário de Estado das Infraestruturas sustentou, de novo, que “a bitola europeia não traz nem uma poupança de custos nem de tempo de viagem. Aliás, com a construção em bitola ibérica, nós conseguimos começar a colher os benefícios muito mais cedo do que se avançássemos com a bitola europeia, porque não haveria operação na nova linha antes de 2034/2035”.
“A solução de construir inicialmente em bitola ibérica é a única que nos permite ter a linha em serviço antes de 2030 e reduzir a viagem entre o Porto e Lisboa para 1h20 muito mais cedo do que se construíssemos em bitola europeia e sem implicar maiores custos no futuro”, acrescentou Frederico Francisco.
E depois há a abertura da Comissão para excepções à regra, que Lisboa pretende aproveitar. “Bruxelas também indicou a possibilidade de, em caso de haver circunstâncias geográficas específicas, ou de haver uma análise custo-benefício negativa, a CE conceder excepções à obrigatoriedade de migrar a bitola. Assim, caso se revele que a migração não tem uma relação custo-benefício positiva, está prevista a possibilidade de a CE considerar essas excepções”, explicou o secretário de Estado aso “Expresso”. “Desde que nós tenhamos a capacidade de demonstrar que a migração até ao final de 2030 não traz benefício ou, aliás, que traz um prejuízo, não contamos com obstáculos por parte da CE”, reforçou.
Mas esta complicacao era conhecida e falada ha ja muitos anos por todos os portugueses certo ?