A Agência Europeia para Segurança da Aviação (EASA) aprovou o regresso do Boeing 737 MAX aos céus da UE, mas impõe condições.
Depois de, em meados de Novembro de 2020, os Estados Unidos terem dado ‘luz verde’ ao regresso da aeronave, que esteve fora do mercado devido a dois acidentes que mataram 346 pessoas em seis meses, é agora a vez de a UE o autorizar, estipulando condições para tal.
“A EASA deu o seu selo de aprovação para o regresso ao serviço de uma versão modificada do Boeing 737 MAX, impondo um pacote de actualizações de software, trabalho eléctrico, verificações de manutenção, actualizações do manual de operações e formação da tripulação, permitindo à aeronave voar em segurança nos céus europeus após quase dois anos em terra”, informa a agência em comunicado de imprensa.
Em concreto, e como as investigações da EASA mostraram que a principal causa dos acidentes foi relativa a um software que se destinava a tornar a aeronave mais fácil de manusear, a agência europeia exige que este programa operacional seja revisto e que passem a ser emitidos alertas em caso de mau funcionamento, para evitar uma “total perda de controlo da aeronave”.
A agência conclui também que muitos pilotos não sabiam trabalhar com este software, pelo que passa a exigir formação obrigatória para todos os pilotos do B737 MAX, bem como actualizações nos manuais de voos.
A EASA obriga, ainda, a testes dos sistemas e a um primeiro voo de teste sem passageiros antes da utilização comercial de cada aeronave desta gama.
Para chegar a estas conclusões, a EASA teve 20 peritos envolvidos numa investigação à aeronave que durou 20 meses.
Citado pelo comunicado, o director executivo da EASA, Patrick Ky, sublinha que “a aeronave é segura”, tendo sido esta uma “condição prévia” para a autorização.
Ainda assim, “continuaremos a acompanhar de perto as operações do 737 MAX à medida que a aeronave retomar o serviço e, em paralelo, por nossa insistência, a Boeing também se comprometeu a trabalhar para melhorar ainda mais a aeronave a médio prazo a fim de alcançar um nível de segurança ainda mais elevado”, adianta Patrick Ky.
Tal como a EASA, a administração federal de aviação dos Estados Unidos exigiu algumas modificações nos aviões antes de estes poderem voltar a operar, bem como a formação necessária para pilotos e trabalhos de manutenção e de verificação nos aparelhos.