A Boeing admite cancelar a produção do lendário 747. A companhia norte-americana queria evitar a decisão, mas a descida do número de encomendas está a empurrar os responsáveis nesse sentido.
A questão é que o B747 tem quatro motores e as companhias aéreas preferem aviões mais pequenos e eficientes, de dois motores, como o B777 ou o B787. A Airbus tem, de resto, um problema semelhante com o A380 e ainda no mês passado anunciou uma redução da produção do modelo. O avião europeu tem, contudo, a vantagem de integrar tecnologia mais moderna. O B747 tem o problema adicional de muitos dos pilotos habituais estarem a reformar-se.
“É razoável que se possa decidir pôr termo à produção do B747”, refere um comunicado da Boeing ao regulador da Bolsa dos Estados Unidos.
O construtor norte-americano vinha justificando a produção do modelo com o mercado de aviões de carga, mas também aí tem havido poucas encomendas, apenas quatro este ano. A partir de Setembro, a companhia reduzirá o ritmo de produção de 12 cargueiros por ano para apenas seis.
O mau desempenho comercial do B747 é, de resto, uma das causas para o prejuízo de 234 milhões de dólares (209 milhões de euros) registado pela Boeing no terceiro trimestre. A companhia ainda não anunciou o fim definitivo do B747, mas já cancelou os planos que tinha de incremento na produção para uma unidade por mês a partir de 2019. Antes de terminar a produção do modelo, a companhia tem de completar o contrato para renovar os dois aviões que Presidente do Estados Unidos. O novo Air Force One é uma versão militar do B747 e estará operacional em 2020.
O “Jumbo” é um dos aviões mais conhecidos da indústria aeronáutica mundial e a Boeing já entregou 1 500 unidades nos quase 50 anos que leva a voar.