A Boeing vai retomar a produção ao longo desta semana, nas suas instalações de Washington, mas o programa B737 MAX continuará parado.
A retoma gradual da produção da Boeing afectará cerca de 70 mil trabalhadores das linhas dos modelos 737, 747, 767, 777 e parcialmente do 787, cuja parte de produção na Carolina do Sul vai, por enquanto, permanecer encerrada.
A produção do 737 MAX, modelo que foi retirado do espaço aéreo internacional há mais de um ano, depois de estar envolvido em dois acidentes resultantes de uma falha técnica que vitimaram 346 pessoas, vai continuar parada, mas a Boeing mantém que espera retomá-la a breve prazo.
“Esta abordagem por etapas vai permitir ter uma base de fornecimento consistente. Tomámos todas as medidas de segurança necessária para assegurar todos os trabalhos necessários para os nossos clientes”, declarou o chefe da divisão de aviação civil da Boeing, Stan Deal, num comunicado.
A Boeing, tal como a Airbus, foi severamente afectada pela crise sanitária da Covid-19, que resultou na redução de mais de 90% dos voos em todo o mundo e suspendeu ou adiou as entregas de novos aparelhos.
Na semana passada, o construtor norte-americano revelou que eliminou mais de 300 aviões da sua lista de
encomendas em Março, devido aos cancelamentos resultantes da quebra de procura no sector da aviação. Segundo a sua página na internet, a empresa contava 5 049 pedidos de aviões no final do primeiro trimestre.
Hoje mesmo, a CDB Aviation anunciou o cancelamento de 29 dos 99 B737 MAX encomendados e o adiamento de pelo menos 20 entregas para depois de 2024.
A Boeing teve no ano passado o primeiro exercício com prejuízo em duas décadas e já solicitou ao governo
federal norte-americano uma assistência financeira de 60 mil milhões de dólares para si própria e para os seus fornecedores.