O grupo Bolloré pretende retomar as negociações com o governo de Cabo Verde para obter a gestão dos principais portos do arquipélago em regime de subconcessão, avançou Pedro Vidicas, da Bolloré Logistics, à rádio cabo-verdiana “Morabeza”.
“A Bolloré sempre apostou nos países de língua francesa, agora estamos a apostar nos de língua portuguesa e Cabo Verde faz parte da nossa estratégia de futuro”, afirmou Pedro Vidicas, à margem da Feira Internacional de Cabo Verde, recentemente realizada na Praia.
O grupo francês foi o único interessado que não desistiu do concurso internacional lançado pelo anterior governo de Cabo Verde, liderado por
José Maria Neves, para a entrega em regime de subconcessão dos portos da Praia, Porto Grande (São Vicente), Sal-Rei (Boavista) e Palmeira (Sal).
Em Fevereiro passado, a cerca de um mês das eleições legislativas, o contrato esteve prestes a ser assinado, mas acabou por ser suspenso, depois do artigo publicado no “Expresso das Ilhas” que revelava potenciais prejuízos para o país, sendo a principal preocupação o facto de a exploração dos portos ir ser entregue a um único operador em regime de monopólio privado.
No entanto, o concurso público nunca chegou a ser anulado e recentemente o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva falou num conjunto de dossiês que vão avançar em regime de parceria público-privada, entre eles os dos portos, aeroportos, energia e água.
O grupo Bolloré está presente em África na exploração de terminais de contentores na Costa do Marfim, República Centro Africana, Benim, Congo, Guiné Conacri, Senegal, Camarões, Serra Leoa, Líbia e está a executar o mesmo negócio em Comores, Gana, Gabão, Benim, Nigéria e Togo. Opera ainda nos portos de Lomé (Togo), Lagos (Nigéria), Luanda (Angola), Ngaoundéré e Bélabo (Camarões), Kinshasa (República Democrática do Congo), Kigali (Ruanda), Kampala (Uganda), Kisumu e Mombaça (Quénia) e Dar es Salaam (Tanzânia).