A Renfe relançou o concurso para a compra de 30 comboios de Alta Velocidade, depois de um tribunal espanhol ter dado razão à Bombardier, que impugnou os termos do caderno de encargos.
Em causa estava a valorização atribuível à construção dos comboios em território espanhol. A Bombardier não possui instalações fabris no pais vizinho.
O mega-concurso da Renfe foi lançado no final do ano passado. Prevê a compra de 30 comboios de Alta Velocidade (os primeiros 15 para entrega imediata e os restantes à medida que forem precisos, em lotes de cinco) e a sua manutenção por um período máximo de 40 anos. O valor global do negócio supera os 2,6 mil milhões de euros.
Antes de ser conhecida a decisão do Tribunal Administrativo de Recursos Contratuais, estavam apuradas para disputar o contrato a CAF e a Talgo, a Siemens e a Alstom. Todas têm capacidade produtiva em Espanha.
A Bombardier desistiu por ter impugnado o concurso e a Hitachi por não ter pronto o modelo com que pretendia concorrer.
Agora, com a abertura do concurso por mais 60 dias (na prática, até Agosto), a Renfe convidou todos os seis concorrentes inicialmente apurados para formalizarem novas propostas.
Incidentes processuais à parte, a contratação da encomenda dos novos comboios AV da Renfe ainda deverá demorar alguns meses, talvez aconteça mesmo só em 2017, uma vez que a última palavra caberá ao governo que há-de sair das próximas eleições legislativas.