O Brasil e a R.P. China vão estudar juntos a viabilidade da construção de uma linha férrea que cruzará o continente sul-americano ligando as costas do Atlântico e do Pacífico.
“Convidamos as empresas chinesas a participarem nessa grande obra, que sairá de Campinorte, em [estado de] Tocantins, lá na Ferrovia Norte-Sul, passará por Lucas do Rio Verde, no [estado de] Mato Grosso, atingirá o Acre e atravessará os Andes, até chegar ao porto, no Peru”, afirmou a presidente brasileira, Dilma Rousseff, citada pelo blog da Presidência.
A nova linha de caminho-de-ferro será financiada por um fundo de 50 mil milhões de dólares para investimentos em infra-estruturas no Brasil, resultado de um acordo entre a Caixa Económica Federal, o segundo maior banco público brasileiro, e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC).
O projecto, com um custo estimado entre 4,5 mil milhões e 10 mil milhões de dólares, permitirá que o Brasil exporte através dos portos do Oceano Pacífico soja e minério de ferro, dois dos principais produtos que vende à China, diminuindo os custos com o transporte.
A presidente brasileira enviou “saudações” ao homólogo peruano Ollanta Humala e realçou, citada pela agência Efe, que a nova linha de comboio representa “um novo caminho para a Ásia que se abrirá, saindo do Brasil”.
A China investiu cerca de 19 mil milhões de dólares no Brasil até ao final de 2014, fazendo daquele país o principal destino do investimento chinês na América Latina.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o seu principal mercado, absorvendo 22% das exportações agrícolas brasileiras, nomeadamente soja. Soja, ferro e produtos petrolíferos representam 79% das importações chinesas do Brasil, referiu um diplomata brasileiro, citado pelo “China Daily”.