A Comissão Europeia responsabiliza os aeroportos pelo caos gerado pelas tempestades de vento e neve que obrigaram ao cancelamento de centenas de voos.
Siim Kallas, vice-presidente do Executivo comunitário e comissário dos Transportes, reunirá “nos próximos dias ou no início de Janeiro” com “altas autoridades” dos aeroportos europeus, informou numa conferência de imprensa a porta-voz Helen Kearns. “Estou extremamente preocupado com o grau de transtorno para viajar pela Europa devido a fortes nevões. É inaceitável e não pode acontecer novamente”, advertiu Kallas em comunicado.
O vice-presidente da Comissão advertiu para a necessidade de ter em conta as condições meteorológicas para não comprometer a segurança dos passageiros, e que é responsabilidade dos estados-membros elaborar planos de emergência para fazer face às tempestades severas.
Segundo Kallas, os aeroportos estão a revelar-se um “elo fraco de uma cadeia que, sob pressão, está a acusar sérios problemas.”
“Os aeroportos devem levar a sério o planeamento deste tipo de condições meteorológicas severas. Vimos, nos últimos anos, que a neve na Europa Ocidental não é uma circunstância excepcional”, insistiu o vice-presidente comunitário, para quem “preparar-se melhor não pode ser um extra opcional”, mas algo planeado e um investimento necessário, “especialmente por parte dos aeroportos.”
Kallas quer ainda saber a opinião dos operadores aeroportuários e estudar a resposta dada em cada ponto da Europa para examinar cada passo da cadeia, identificar as “lacunas e deficiências” e assegurar-se que não se repitam.
O porta-voz de Kallas avançou não haver queixas formais por parte das companhias aéreas, mas admitiu que nos constantes contactos que Bruxelas mantém com as companhias, aeroportos e outras partes interessadas tem recebido algumas “queixas” das companhias, sem especificar quais.
O Executivo da UE não exclui medidas legislativas no próximo ano para assegurar uma melhor preparação dos aeroportos contra a neve e outros distúrbios climáticos.
As companhias aéreas europeias têm sido particularmente afectadas este ano por fenómenos extraordinários, de que são também exemplos a erupção de um vulcão islandês e a recente greve “selvagem” dos controladores aéreos espanhóis.