A Comissão Europeia anunciou uma investigação aprofundada à compra de 41% da ITA Airways pela Lufthansa, por receio de que o negócio afecte a concorrência no transporte aéreo na UE.
No comunicado hoje divulgado, o Executivo comunitário justifica a decisão com as suas preocupações de que o negócios entre a Lufthansa e a ITA Airways ” possa reduzir a concorrência no mercado de serviços de transporte aéreo de passageiros em várias rotas de curta e longa distância dentro e fora de Itália”.
Foi em Maio do ano passado que a Lufthansa acordou com o Estado italiano a compra d 451% da ITA Airways, por 325 milhões de euros, com opção para comprar o resto, controlado pelo Ministério da Economia e Finanças transalpino. A operação foi notificada à Comissão Europeia em Novembro.
“A Lufthansa e a ITA exploram uma vasta rede de rotas domésticas, rotas de curta distância no Espaço Económico Europeu, bem como rotas de longa distância entre o Espaço Económico Europeu e o resto do mundo. A Lufthansa tem também uma empresa comum com a United Airlines e a Air Canada, através da qual coordenam os preços, a capacidade e os horários e partilham as receitas nas rotas transatlânticas”, adianta Bruxelas.
Uma investigação preliminar já realizada pela instituição, e que antecedeu a aprofundada agora anunciada, deu conta de que a operação “pode reduzir a concorrência nas rotas de curta distância que ligam a Itália aos países da Europa Central”, mas também nas “rotas de longo curso entre a Itália e a América do Norte” e outros países como Japão e Índia, dado que estas transportadoras aéreas são “concorrentes fortes e próximas”.
Além disso, “a operação poderá criar ou reforçar a posição dominante da ITA no aeroporto de Milão – Linate, o que poderá dificultar a oferta de serviços aos passageiros por parte dos seus concorrentes”, conclui o Executivo comunitário.
Em Janeiro, a Lufthansa apresentou compromissos para dar resposta a algumas das preocupações preliminares da Comissão, mas estes remédios foram vistos por Bruxelas como “insuficientes, tanto em termos de âmbito como de eficácia”.
A Lufhansa já manifestou interesse na privatização de pelo menos 51% da TAP.