O coordenador de Transportes da Comissão Europeia sugeriu aos governos de Lisboa e Madrid a construção faseada da linha Sines-Madrid, começando por uma ligação convencional e evoluindo para a Alta Velocidade, avança o “El Periódico” da Extremadura, citando a carta de Carlo Sechhi.
Na carta, Sechhi defende que, numa primeira fase, seja construída a plataforma do traçado Évora-Caia com via dupla, em bitola ibérica, que será adaptada a bitola internacional no futuro.
Isso “permitiria garantir de forma relativamente rápida o funcionamento da linha de mercadorias entre Sines e Madrid e, ao mesmo tempo, efectuar a conexão entre Lisboa e Madrid em quatro horas e meia ou cinco horas, com velocidades de 200 km/h”, afirma aquele responsável comunitário.
Portugal poderia, assim, garantir “num relativamente curto espaço de tempo, ligar o porto de Sines com Espanha e até França, proporcionando, além disso, uma melhor conexão de passageiros” entre as duas capitais e “permitindo fechar o ramal de Cáceres”, acrescentas Sechhi, ainda de acordo com o periódico espanhol.
Para uma fase posterior, à espera que Espanha termine as obras do AVE (TGV) até Badajoz, ficará pendente a electrificação da linha e a instalação dos sistemas de segurança e sinalização para comboios de alta prestação.
Carlo Sechhi propõe ainda, quando “a disponibilidade financeira o permita”, realizar a modernização dos traçados actuais de Évora a Lisboa e a Sines.
Sem referir o custo estimado da infra-estrutura, Secchi defende a viabilidade económica da proposta já que, diz, a curto prazo se reduziriam os custos face ao abandonado TGV e que o grosso das obras seriam co-financiadas “até 95%” com fundos europeus.
Acresce que, sustenta, o desenvolvimento da linha por fases “possibilitaria minimizar as necessidades de financiamento próprio” por parte de Portugal, utilizando Fundos de Coesão do período 2007-2014, parte das ajudas concedidas pela Rede Transeuropeia de Transportes ao troço Caia-Poceirão (245 milhões de euros) e com fundos adicionais do próximo orçamento 2014-2020.
O responsável europeu pede uma reunião das três partes para discutir a proposta e assegura que, com este plano, Espanha teria garantida a obtenção de fundos europeus aprovados para o AVE a Badajoz no período 2007-2014.