O governo de Cabo Verde lançou hoje o processo de privatização da CV Handling, a companhia de handling nos sete aeroportos e aeródromos do país.
“Temos uma estimativa de, mais ou menos, seis meses, [para] concluir este processo”, previu Sandeney Fernandes, coordenador da Unidade de Acompanhamento do Sector Empresarial do Estado (UASE), em declarações à imprensa, na cidade da Praia, após lançamento do processo de privatização da CV Handing.
A venda vai ser feita de duas formas. Por um lado, através de concurso limitado com qualificação prévia, será seleccionado um parceiro estratégico para aquisição de uma participação que pode ir até 51% do capital.
Por outro lado, será feita uma Oferta Pública de Venda de pelo menos 10% do capital social, sendo 5% reservados para os trabalhadores da empresa e, no mínimo, outros 5% para emigrantes cabo-verdianos.
O anúncio da operação será publicado na próxima sexta-feira, após o que os potenciais interessados na participação estratégica terão 30 dias para manifestar o seu interesse.
A avaliação da CV Handling terá como referência os capitais próprios de 9,6 milhões de euros, os activos e o negócio da empresa, que no ano passado teve receitas de 16 milhões de euros.
“Neste processo, vai-se ao mercado com um mínimo necessário para negociação, mas sempre na perspectiva de conseguir um valor que seja muito superior àquilo que é a avaliação da empresa”, salientou coordenador da Unidade de Acompanhamento do Sector Empresarial do Estado.
Além da comprovada capacidade financeira, o futuro parceiro terá de ter conhecimento e experiência no sector, tendo prestado assistência em escala em pelo menos três aeroportos, nos últimos cinco anos, e assistência de, pelo menos, 15 milhões de passageiros, anualmente, nos últimos três anos.
“Estamos a arrancar este processo com as cartas todas na mesa para avaliação, quer por parte da sociedade, quer por parte dos potenciais concorrentes”, sublinhou Sandeney Fernandes.
Na sua intervenção, no encerramento de cerimónia, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, sublinhou a importância da empresa para o país e disse que o governo quer atrair “grandes marcas” para o arquipélago.
“Nós queremos continuar a tirar partido da nossa localização”, frisou, reforçando a ideia de transformar Cabo Verde num hub aéreo, após, no ano passado, ter concedido a gestão dos aeroportos aos franceses da Vinci.
Criada em 2014, a CV Handling é a única operadora licenciada para a prestação de serviços de assistência ao transporte aéreo, mantendo essa exclusividade até que cada aeroporto atinja um movimento igual ou superior a dois milhões de passageiros embarcados ou 25 mil toneladas de carga.
Com 498 trabalhadores, a empresa assistiu 1,2 milhões de passageiros nos aeroportos cabo-verdianos em 2023, e prevê chegar a 2,3 milhões em 2030, assistiu 13 mil aeronaves no ano passado e espera chegar às 27 mil dentro de seis anos.
Na lista de empresas a privatizar em Cabo Verde estão também empresas ligadas às operações portuárias, estaleiros navais e transportes aéreos, entre outras.