A CaetanoBus prevê investir cerca de 15 milhões de euros em duas fábricas de autocarros na China e na América Latina. Objectivo: ser mais competitiva e conquistar novos mercados de nicho.
“Estamos a estudar a instalação de duas fábricas para avançar em 2012 e começar a produzir no ano seguinte. Uma será na China e a segunda na América Latina – no Brasil ou na Colômbia”, disse à “Lusa! o presidente da empresa.
José Ramos explicou que o investimento permitirá “reduzir custos com o aumento de produção, uma vez que os gastos de projecto são diluídos por mais unidades, e com a redução das despesas de logística”.
As novas unidades servirão “para abastecer mercados que estão em franco desenvolvimento, na América Latina e no Médio Oriente, para onde é impossível exportar unidades completas porque os custos logísticos e de importação são muito elevados”, explicou.
Nos novos mercados, a CaetanoBus quer entrar “de preferência, sozinha”, com a estratégia de “trabalhar nichos de mercado”, nomeadamente com o fabrico de autocarros de aeroporto Cobus, autocarros turísticos e os autocarros eléctricos que a empresa apresentou ao mercado em Fevereiro e que estão actualmente em fase de testes.
“Não queremos concorrer com os grandes fabricantes de autocarros”, realçou José Ramos.
Depois de paragens na produção, em 2009 e 2010, a CaetanoBus, detida a 100% pela Salvador Caetano, prevê este ano aumentar a produção em cerca de 30%, para 472 autocarros.
As exportações deverão representar mais de 70% de um volume de negócios previsto de 57 milhões de euros, uma percentagem que poderá subir uma vez que “o mercado nacional está parado”.
Segundo José Ramos, “as encomendas de autocarros para instituições de solidariedade pararam, as empresas públicas [STCP e Carris] têm a frota jovem e estão com dificuldades financeiras e mesmo os pedidos de autocarros interurbanos e de turismo escasseiam”.
A CaetanoBus tem há dois anos uma unidade de produção de carroçarias instalada em Marrocos, com um parceiro local
Com o avanço da internacionalização, a sede da companhia manter-se-á em V.N. Gaia, com a fábrica ali instalada a centrar-se no mercado doméstico e europeu.