Com os atrasos na movimentação de contentores a manterem-se, dizem os transportadores rodoviários, o porto de Leixões arrisca nova paralisação.
“É uma possibilidade que está em cima da mesa. Ainda foi falada na assembleia geral, na passada terça-feira”, avançou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS Paulo Paiva, advogado e mandatário da Plataforma dos Transportadores de Contentores (PTC).
Quase cinco meses sobre o acordo que pôs termo à primeira paralisação dos camionistas em Leixões, em protesto contra os tempos de espera na entrega e levante de contentores, a situação “está pior”. Por isso, não caíram bem, entre as cerca de 60 empresas que integram a PTC, as declarações de Robert Yildirim, líder da CEO, em entrevista ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS / AGEPOR, dizendo que o TCL “está a trabalhar a 110%”.
Em Fevereiro, a paralisação dos transportadores foi levantada mediante o acordo com a APDL sobre o pagamento de uma compensação pelos atrasos verificados entre 16 de Janeiro e 20 de Fevereiro e o compromisso da laboração contínua do TCL (sem pausas para almoço e jantar”.
Na prática, porém, o acordo só foi formalizado “em Junho”, estando ainda a decorrer os pagamentos devidos aos transportadores, sustenta Paulo Paiva. Mas pior, sublinha, é o facto de “ainda não ter sido aplicada a laboração contínua”.
Com isso, mais “as falhas do sistema [Navis], sobretudo às quartas e quintas-feiras”, mais “as obras que continuam no Terminal Sul”, “os tempos de espera continuam e estão ainda piores que em Janeiro e Fevereiro”.
As dificuldades que persistem terão sido abordas ainda ontem, em mais uma reunião com a APDL (“nunca falamos com a concessionária”, diz o porta-voz da PTC), “que também não tem justificações”.
Daí a possibilidade do regresso à paralisação. Sem esquecer o pagamento das compensações pelos tempos de espera além do 20 de Fevereiro. Mas para já “ainda estamos a fechar o primeiro protocolo [de Fevereiro]”.
Entretanto, a Plataforma está empenhada em agilizar todo o processo de encaminhamento dos contentores, também a montante do porto de Leixões. Paulo Paiva diz que “queremos sensibilizar os parques de contentores para alargarem o seu período de laboração”, de forma a reduzir a concentração do trânsito de contentores no porto de mar no período da tarde.
A Yilport tem que tentar desviar os barcos de Leixões para Lisboa para não irem para Vigo como acontece há muitas décadas infelizmente para prejuizo da empresa e do Norte de Portugal …