O porto de Leixões está sob a ameaça de uma paralisação de transportadores rodoviários de mercadorias a partir da próxima semana, apurou o TRANSPORTES & NEGÓCIOS. Em causa estão os prejuízos resultantes das demoras na entrega e levantamento de contentores.
A paralisação dos camionistas que operam em Leixões, e que poderá envolver algumas dezenas de empresas, ainda não foi formalmente anunciada, nem é conhecido o caderno reivindicativo. Os atrasos na entrada e saída do porto são, porém, o motivo mais próximo para os protestos, uma vez que o tempo médio de imobilização dos camiões é hoje mais do dobro do habitual (e já esteve pior no passado recente).
As obras de repavimentação dos terminais (reclamadas pelos transportadores, note-se) e, mais recentemente, a implementação do sistema Navis4 no terminal de contentores serão apenas algumas das causas para os atrasos na movimentação dos camiões, que chegam a esperar três horas e mais para realizar os serviços.
O assunto dos atrasos, e dos prejuízos decorrentes, tem sido tratado em reuniões entre a APDL e representantes das diferentes partes interessadas, nomeadamente no âmbito do grupo de trabalho criado já no ano passado.
Ontem mesmo a administração portuária emitiu um comunicado, a que o TRANSPORTES & NEGÓCIOS teve acesso, no qual reconhece “as dificuldades manifestadas pelos operadores do transporte rodoviário e do agravamento evidenciado dos seus custos e lucros cessantes” e onde “vem recomendar a todos os stakeholders para que, a partir do dia 16 de Fevereiro, os transportadores possam cobrar o valor de imobilização, no montante de 30€/hora /contentor, conforme tabela prevista no Decreto-Lei nº 57/2021″.
A medida “terá caráter transitório e será revisto dentro de 30 dias”, esperando-se que até então se regresse à normalidade, o que equivale “nos últimos anos [a] médias de tempo total de permanência abaixo de 60 minutos”, acrescenta-se no texto.
Resta saber se esta proposta da APDL chegará para desmobilizar a paralisação dos transportadores, desde logo por não ser claro que os stkeholders e os donos das cargas aceitem a recomendação da administração portuária e paguem o adicional.
Diariamente, são mais de mil os camiões que demandam o porto nortenho, pelo que a factura a liquidar poderá facilmente chegar aos 30 mil euros diários.
A ANTRAM aposta em que, “com o comunicado da APDL a atestar que os atrasos existem, são reais”, os clientes aceitem pagar, excepcionalmente, os 30 euros por contentor, avançou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS Francisco Fonseca.
Até porque, reconhecendo as dificuldades e os prejuízos dos transportadores, a associação demarca-se de qualquer paralisação. “O porto de Leixões tem crescido com o trabalho de todos, e alguns dos problemas são dores de crescimento, e não podemos deitar tudo a perder e penalizar a imagem do porto”, exortou o dirigente associativo.
Tentando prevenir situações como a que se vive em Leixões, a ANTRAM pretende que o Governo altere o regulamento das cargas e descargas para nele incluir também as operações nos portos e nos aeroportos, adiantou Francisco Fonseca.
Quem ganhará mais uma vez é o vizinho MAIOR E MAIS COMPETITIVO, porto de Vigo na Galiza !!