Os camionistas em protesto no porto de Leixões reclamam compensações pelas demoras na movimentação de contentores verificadas desde 16 de Janeiro, avançou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS o seu representante.
O porto de Leixões vive hoje o primeiro de três dias de paralisação dos transportadores rodoviários, em protesto contra os atrasos na movimentação de contentores e reclamando compensações pelos prejuízos sofridos. Segundo Paulo Paiva, advogado que é o porta-voz do movimento, a paralisação envolve “66 empresas, que representam mais de 650 camiões, ou mais de 50% da frota que opera em Leixões”, adiantou ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS.
Infrutífera foi, assim, a tentativa da APDL de recomendar aos stakeholders o pagamento de um adicional de 30 euros/ hora/contentor em jeito de compensação pelos atrasos na movimentação dos contentores. “Quando os transportadores apresentaram a proposta aos seus clientes, receberam um rotundo “evidentemente que não”, havendo mesmo alguns que disseram que “a APDL não manda na minha casa””, resumiu Paulo Paiva.
Quem deve pagar pelos prejuízos, defendeu o representante dos transportadores, “é a TCL. Porque os problemas são recorrentes, e vêm de há muito, mas aumentaram com a transição para o novo sistema de gestão do terminal [a 16 de Janeiro]. Trata-se de um serviço público que não está a ser prestado como deve ser”.
Até ao momento, a APDL tem sido o único interlocutor dos transportadores. E Cláudia Soutinho, presidente em exercício, terá mesmo manifestado “solidariedade e compreensão”. Mas a proposta apresentada para superar a crise não vingou. “A APDL propôs um pagamento de 30 euros/hora/contentor a partir dos 120 minutos e até à terceira hora [de imobilização], e 60 euros/hora/contentor a partir daí”, resumiu Paulo Paiva, O pagamento seria assumido pela própria APDL, mas ainda assim a proposta não foi aceite, porque “implicava dar de borla uma hora de espera”.
Sobre a mesa está, agora, a última proposta (“já recuámos três vezes”] apresentada pelos transportadores na noite de ontem, terça-feira. A saber: o pagamento de 45 euros/contentor sobre 60% dos contentores cheios movimentados em Leixões entre 16 de Janeiro e o próximo dia 28 e, a partir de 1 de Março, o pagamento de 30 euros/contentor entre os 60 e os 120 minutos e de 120 euros/contentor a partir dos 120 minutos de imobilização.
A “bola” está agora do lado da APDL, rematou Paulo Paiva, já que, “não há negociações directas com o TCL”.