A Autoridade do Canal do Panamá anunciou novas restrições ao tráfego de navios para poupar água. A partir de Fevereiro passarão apenas 18/dia. Há um ano eram 39.
Depois do Outubro mais seco em 73 anos de registos e a menos de dois meses do fim da época das chuvas, a Autoridade do Canal do Panamá decidiu novos cortes na passagem de navios, já a partir de hoje, sexta-feira, com progressivos agravamentos até Fevereiro.
Se até aqui, este ano, a média diários do canal era de 31 navios, a partir de hoje serão autorizados apenas 25, e a partir de dia 8 serão somente 24, e depois ainda 22,… até que a partir de Fevereiro do próximo ano apenas poderão cruzar o Canal do Panamá 18 navios por dia.
Além disso, mantêm-se as restrições de calado, que obrigam à não utilização plena da capacidade dos porta-contentores Neopamamax, por exemplo.
A redução do tráfego implicará, claro, uma redução de receitas para a Autoridade do Canal do Panamá (cerca de 200 milhões de dólares, em 2024, de acordo com a última estimativa). Mas sobretudo afectará as companhias marítimas e os carregadores, obrigados a tempos de trânsito mais longos ou a alternativas de percurso mais longas e mais caras.
O Canal do Suez pode funcionar como uma alternativa, mas as viagens são mais longas, com os custos a tal inerentes, sem esquecer que a autoridade egípcia já anunciou um aumento de 15% nas tarifas para o próximo ano. Outra opção será usar os portos da Costa Oeste da América do Norte e combinar com o transporte ferroviário para cruzar o continente.
Esperar pela vez para cruzar o canal que liga o Pacífico ao Atlântico continua a ser uma hipótese, sendo que a espera tenderá a ser maior. Ao dia de hoje, aguardam pela passagem 89 navios, dos quais 18 Neopanamax, 34 com reserva feita e 53 sem reserva. O tempo de espera chega a ser de vários dados, particularmente para os navios sem reserva.
A importância do Canal do Panamá mede-se pelo facto de servir de passagem para cerca de 6% do comércio marítimo mundial.