O mercado mundial de carga aérea continua em baixa e são reduzidas as perspectivas de recuperação em 2016, avisa a IATA. O primeiro trimestre saldou-se numa quebra homóloga de 2,1% toneladas-km voadas.
Só o Médio Oriente e a Europa contrariaram a tendência generalizada de quebra do negócios. O mercado do Médio Oriente, que já vale cerca de 15% do “bolo” mundial, avançou 5,7% em termos homólogos, enquanto a Europa, que pesa 22,3%, subiu 1%. Subir é, de resto, uma força de expressão, uma vez que, lembra a IATA, os volumes voados no Velho Continente estão apenas 1% acima dos registados antes de 2008…
A Ásia-Pacífico, o principal mercado mundial de carga aérea (38,9% do total), é também o que mais perde: 5,6%. E a América do Norte, que vale 20,5%, quebrou 3,8% no trimestre, em termos homólogos.
Com pouca relevância para a indústria, a região da América Latina quebrou 1,3% e África 1,6%.
Na análise dos resultados, a IATA destaca a fraqueza da procura e também o efeito perverso, em termos estatísticos, do facto de os resultados do primeiro trimestre de há um ano terem sido positivamente influenciados pelas dificuldades vividas nos portos da costa Oeste norte-americana.
Para o resto do exercício, a IATA não prevê melhorias substanciais, pelo que avisa para um 2016 díficil para a indústria.
Oferta de capacidade em alta, load factor em baixa
Como se não bastasse a pouca procura, a oferta de capacidade não pára de aumentar, em linha com o crescimento do negócio de passageiros. No primeiro trimestre, a oferta subiu 6,7%, com o que a taxa de ocupação de capacidade caiu 3,8 pontos percentuais par 41,9%.
Entre os principais mercados regionais, a maior quebra do “load factor” verificou-se precisamente na Ásia-Pacífico, com um recuo de 5,2 p.p.. Mas ainda assim tem a melhor taxa, nos 49,6%. Na Europa, o “load factor” ficou-se nos 44,5% no final de Março (menos 2,6 p.p.). No Médio Oriente foi de 40,7% (menos 2.1 p.p.). E na América caiu 3,5 p.p. para os 33,7%.
Onde o contraste entre a evolução da oferta e da procura foi maior foi em África, com a primeira a subir 22,6% e a segunda a ceder 1,6%, atirando o “load factor” para os 24,6%. Na América LAtina situou-se nos 34,9%.