A instabilidade política no Norte de África, o Ano Novo chinês e as medidas de combate à inflação na R.P. China tudo ajudou a que a carga aérea internacional crescesse apenas 2,3% em Fevereiro, anunciou a IATA.
O resultado de Fevereiro é o pior registo desde que o sector iniciou a retoma, no terceiro trimestre de 2009. Fica longe do crescimento de 8,7% registado em Janeiro e mais longe ainda (a sete pontos percentuais) do pico verificado em Maio de 2010.
Os volumes registados em Fevereiro ficaram em linha com os registados no início de 2008, antes da recessão. Mas a taxa de ocupação caiu para os 51,6%, quatro pontos abaixo do pico de Maio de 2010.
As companhias da Ásia-Pacífico, tradicionalmente o “motor” da actividade, desta feita registaram uma quebra de 4,5%. Por causa do Ano Novo chinês, que levou ao encerramento de muitas fábricas, e por causa também das medidas de combate à inflação implementadas por Pequim.
As transportadoras europeias cresceram apenas 6,3%, prejudicadas pela sua exposição ao Norte de África e pelas dificuldades da economia comunitária. Por maioria de razão, as companhias africanas cederam 5,7%.
Melhor estiveram as companhias norte-americanas, a crescer 11,8%, sendo superadas apenas pelos operadores da América Latina (mais 12,1%).
No acumulado dos dois primeiros meses do ano, a indústria da carga aérea está a crescer 5,5%, puxado pelos players norte-americanos, que avançam 12,5%. Em contraste com a Ásia-Pacífico, que apenas progride 0,7%.
Pelo meio, a América Latina sobe 12,4%, o Médio Oriente 9% e a Europa 7,6%.
Numa antecipação aos resultados de Março, a IATA sublinha o inevitável impacte do terramoto no Japão, que se soma à persistência da instabilidade no Norte de África. Sem esquecer a evolução do preço do crude, sendo que cada dólar a mais no preço médio de 2011 representa mais 1,6 mil milhões de dólares na factura da indústria do transporte aéreo.