A carga aérea internacional cresceu 20,6% em volumes voados no ano passado, relativamente a 2009, de acordo com os dados hoje disponibilizados pela IATA.
Em Dezembro, o crescimento homólogo foi de 6,7%, colocando a actividade 1% acima do nível verificado antes da recessão que afectou a indústria. Mas os resultados do último mês do ano ficaram 5% abaixo do máximo realizado em 2010, no auge da recuperação.
No balanço do ano, a oferta de capacidade de transporte de carga aumentou apenas 8,9%, do que resultou uma melhoria de 5,2 pontos na taxa de ocupação (“load factor”) para os 53,8%.
As companhias aéreas europeias são, de muito longe, as que apresentam a pior performance em 2010, com um aumento de apenas 10,8% nas toneladas voadas. Verdade seja que o Velho Continente foi, continua a ser, o mais castigado pela crise económica, a que se juntaram as greves e, pior ainda, os acidentes climatéricos, com destaque para a erupção do vulcão islandês e a neve e o gelo que fechou vários aeroportos em Dezembro.
Ao invés, é a América Latina quem apresenta o maior crescimento em 2010, com um aumento de 29,1% nos FTK. Segue-a de perto o Médio Oriente, com uma subida homóloga de 26,7%, e a Ásia-Pacífico, com 24%. Sendo que a Ásia-Pacífico detém uma quota de mercado global de 45%.
As companhias africanas cresceram também 24%, mas a uma escala diferente, e as norte-americanas avançaram 22%.
Para o ano que agora se iniciou a IATA estima um crescimento da actividade da carga aérea internacional na casa dos 5%-6%, um nível considerado normal pela associação.
Entretanto, o petróleo está outra a vez a subir depressa, o que pode estragar as contas da IATA relativas aos resultados da indústria para este ano. A previsão de lucros de 9,1 mil milhões de dólares (menos 40% que em 2010) conta com uma cotação média do brent nos 84 dólares. Actualmente já passou os 100. E cada dólar a mais custa ao sector, ao longo de um ano, 1,6 mil milhões de dólares.