O grupo de trabalho encarregue de estudar as cargas e descargas de camiões nos portos e plataformas logísticas deverá apresentar as primeiras conclusões no próximo dia 30.
“Ainda estamos no processo de ouvir as partes, de receber sugestões dos vários intervenientes. Em princípio, no dia 30 de Setembro, já se poderão adiantar algumas conclusões”, disse Anacleto Rodrigues, representante do SIMM, à “Lusa”.
A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) “é a parte que mais está em xeque”, referiu o dirigente sindical, por representar as plataformas logísticas onde os motoristas têm mais dificuldades nas descargas.
As propostas do SIMM “consistem no motorista não fazer qualquer trabalho de carga ou descarga nessas bases logísticas”, à excepção dos casos em que os motoristas “têm de usar equipamento específico da viatura”, como no caso de combustíveis ou outros produtos transportados em cisternas.
Outra questão em análise no grupo de trabalho é a redução dos tempos de espera nas cargas e descargas.
“Aí, são mais visadas e serão mais beneficiadas as empresas, mas os motoristas serão beneficiados de forma indircta”, uma vez que uma maior articulação na redução dos tempos de espera para cargas e descargas permitirá uma redução da jornada diária dos motorista”, referiu o representante do SIMM.
“Se os tempos de carga e descarga reduzirem, e as empresas onde nós vamos carregar e descarregar forem penalizadas (…) por demorarem demasiado tempo para carregar e descarregar, os motoristas farão o mesmo serviço, o transporte é rentável, mas o motorista já não precisa de 15 horas”, explicou Anacleto Rodrigues.
Outra das reivindicações dos sindicalistas é a melhoria das condições de espera pelas cargas e descargas, que por vezes acontece “ao sol, à chuva, na rua, sem sequer uma cadeira para sentar, sem um mínimo de condições”.
“Nós estamos a exigir que essas bases logísticas e grandes entrepostos tenham salas de espera para os motoristas, com uma casa de banho e uma sala climatizada”, detalhou Anacleto Rodrigues.
Em Agosto, o Governo criou um grupo de trabalho e deu-lhe 12 semanas para apresentar propostas para regulamentar as cargas e descargas de camiões nos portos e plataformas logísticas..
Integram o grupo de trabalho representantes de vários ministérios, da ANTRAM e da ANTP, da FECTRANS, SIIM (e, a partir da próxima reunião, do SNMMP), da APED, ACT, AMT e IMT, entre outros.