A FIATA pede que haja diálogo entre companhias marítimas e carregadores em torno da questão das multas por cargas mal declaradas.
A FIATA concorda que a segurança é primordial, e por isso pede esclarecimentos e diálogo para que, em conjunto, todos os operadores possam aumentar a segurança.
“É interessante que eles (as companhias marítimas) falem sobre multas, porque não acho que no sector privado você possa multar as pessoas. Normalmente, as multas dizem respeito a órgãos reguladores e a autoridades de aplicação da lei”, afirmou o director-geral em exercício da FIATA, Stephen Morris., em declarações ao “Lloyd’s List”.
Outra questão sobre a qual o FIATA pretende obter esclarecimentos é se as coimas se aplicam somente à declaração errada de produtos perigosos ou a todo o tipo de mercadorias em que haja erros na declaração.
Stephen Morris destacou ainda a diferença entre movimentos de cargas completas (FCL) e cargas de grupagem (LCL). “Se está a encher um contentor com uma variedade de mercadorias de outras pessoas, não sabe as condições dessas mercadorias e se as mercadorias naquele contentor estão correctamente descritas na documentação ou se essas mercadorias são compatíveis em termos de criação uma reacção química”, indicou.
A FIATA já entrou em contacto com as principais companhias, solicitando conversações sobre o assunto, revelou Morris. “O que dizemos é: vamos discutir sobre como podemos ajudar-vos e ajudar os nossos membros a cumprir as vossas solicitações”.
As cargas mal declaradas estão na origem de vários incêndios recentes a bordo de porta-contentores.
Várias companhias de navegação reagiram anunciando a intenção de multar os carregadores pelas cargas contentorizadas mal declaradas. A medida gerou, claro, reacções diversas. A Drewry, por exemplo, defendeu mesmo a criação de uma “lista negra” com os prevaricadores.