Nos últimos cinco anos, desde 2019, a movimentação de cargas nos portos do continente no primeiro trimestre caiu, em média, 3% ao ano, num acumulado de mais de 10%.
Os dados constam do último relatório de acompanhamento do mercado portuário hoje divulgado pela AMT e que abrange o primeiro trimestre de 2023. Entre Janeiro e Março deste ano, os portos do continente movimentaram 20,1 milhões de toneladas, menos 4,8% que no período homólogo de 2022.
Os dados globais do trimestre já foram divulgados pelo INE. Ainda assim, será de lembrar que Sines recuou 12,8% em termos homólogos, Leixões 3,8% e Viana do Castelo 6,3%, ao passo que Lisboa cresceu 7,6%, Aveiro 17,6%, Setúbal 6,2% e Figueira da Foz 6,3%.
Mas o relatório da AMT vai, naturalmente, mais a fundo na análise e compara a evolução da actividade portuária no primeiro trimestre dos últimos anos.
E, assim, Leixões registou um crescimento médio negativo de 6,9%, Sines perdeu 4,1% a cada ano desde 2019, Setúbal recuou -2,3% e Viana do Castelo -5,8%.
A crescer ao longo do quinquénio estiveram Lisboa (+1,2%), Aveiro (+5,6%) e Figueira da Foz (+4,8%).
A tendência global é, naturalmente, influenciada pelo peso relativo dos portos de Sines e Leixões no todo nacional, sendo que ambos registaram, no ano corrente, o pior primeiro trimestre do quinquénio.
A AMT lembra os impactos negativos do encerramento das centrais termoeléctricas em Sines (que representaram um movimento médio anual de cerca de cinco milhões de toneladas entre 2000 e 2018) e do fecho da refinaria da Galp (que representava para Leixões cerca de 3,7 milhões de toneladas/ano entre 2000 e 2019).
A estes factos acresce o efeito da Covid-19 no abrandamento comércio mundial, particularmente sentido em 2020-2021.
Ainda assim, os dados coligidos mostram que apenas Lisboa, Aveiro, Setúbal e Figueira da Foz superaram, em 2023, os valores atingidos em 2021, e que somente Lisboa, Aveiro e Figueira da Foz fizeram agora melhor que em 2019.