Há sete anos que o cargueiro da MAIS voa diariamente entre Lisboa e o Funchal e três vezes por semana para os Açores. António Beirão, o “pai” do projecto, fala em sucesso e em perspectivas de crescimento.
Foi a 25 de Junho de 2017 que a MAIS – Madeira Integrated Air Services iniciou as operações regulares de um avião cargueiro entre o continente e a Madeira, utilizando para o efeito um ATR da Swiftair, com uma capacidadede transporte de cerca de sete toneladas. A expectativa era grande, mas muitas eram também as dúvidas sobre a viabilidade do projecto, até porque havia pelo menos um precedente de insucesso.
Sete anos volvidos, o cargueiro da MAIS (agora um ATR 500) continua a voar, cinco vezes por semana, entre Lisboa e o Funchal. E já chegou a voar duas vezes por dia. E até chegou a voar entre o Porto Santo e o Funchal (para suprir necessidades locais).
Ao TRANSPORTES & NEGÓCIOS, António Beirão, que desde a primeira hora personifica o projecto, destaca, precisamente, a resiliência da operação, lembrando “os constrangimentos operacionais do aeroporto de Lisboa, as dificuldades meteorológicas do aeroporto do Funchal, a forte concorrência (nem sempre leal) do operador único,…”.
Em Novembro de 2018, a MAIS juntou os Açores à Madeira, mas a experiência não correu da melhor maneira e foi interrrompida em Maio do ano seguinte. Curiosamente, em Agosto de 2020, em plena pandemia, foi retomada a ligação para Ponta Delgada e Terceira. 2020 acabaria por revelar-se, aliás, um excelente ano para a companhia, que registou então um crescimento de 33% nos volumes transportados e de 20% nas receitas.
Hoje, a MAIS continua avoar três vezes por semana para os Açores.
Na verdade, como explica António Beirão, o ATR 500 da Swiftair anda numa verdadeira “roda viva”: “operamos entre as 7h e as 13h30 na rotação da Madeira
e entre as 16h30 e as 3h na rotação dos Açores, voando Lisboa / Terceira / S. Miguel / Lisboa”.
Anualmente, os volumes transportados superam as 27 mil toneladas, com taxas de ocupação de “93% à saída de Lisboa, de 60% ex-Funchal, e apenas 25% ex-Açores”. Para este ano, a perpectiva é de “crescermos 8%”, avança o gestor.
O mercado dos Açores é ainda o mais fraco na operação da MAIS, mas António Beirão acredita que será possível replicar ali o caso da Madeira. No início do ano foi assinado um acordo com a SATA, para “complementarmos a capacidade dos seus voos”, e em mente está “consolidar a ilha Terceira como hub para a exportação dos produtos das restantes ilhas”.
Outro objectivo que continua a ser acalentado é o de levar as exportações da Madeira e dos Açores até à Europa, em parceria com outros operadores aéreos. “É um projecto onde investimos parte do nosso esforço, mas que depende muito da mudança dos canais de comercialização dos clientes exportadores”, refere.
Na hora do balanço dos sete anos de operação, António Beirão destaca “a confiança dos nossos clientes e o apoio dos nossos parceiros, de instituições e dos governos regionais”, a que a MAIS tem respondido com “o apoio claro que damos às economias regionais, compreendendo as suas especificidades e procurando dar respostas alinhadas com as exigências da procura. Por exemplo, na Madeira, em parceria com os empresários da região, conseguimos consolidar a exportação regular de pescado fresco e transportamos já mais de 2 mil toneladas”.