Carlos Tavares, ex-CEO da Stellantis, deverá integrar o consórcio Newtour/MS Aviation candidato à privatização da Azores Airlines.
Além de Carlos Tavares, o consórcio candidato à Aores Airlines deverá contar com outro reforço, o empresário Paulo Pereira da Silva, fundador e accionista do Pacheco Group, com uma presença crescente no turismo e na produção vitivinícola.
A notícia foi avançada pelo “Açoriano Oriental” e bem acolhida pelo presidente do Governo Regional, que amanhã mesmo deverá apreciar a proposta da Newtour/MS Aviation para a compra de 76% do capital da Azores Airlines, empresa do grupo SATA responsável pelas ligações aéreas da região autónoma com o exterior.
“Eu penso que é uma boa notícia para os Açores. Para a defesa do interesse da região. (…) Também vejo confiança por parte do conselho de administração [da SATA] nas questões de idoneidade que foram levantadas pelo júri e não pelo governo”, afirmou José Manuel Bolieiro aos jornalistas, nas Lajes do Pico, no arranque de uma visita estatutária de três dias à ilha, hoje.
Ainda de acordo com o “Açoriano Oriental”, Carlos Tavares e Paulo Pereira da Silva ficarão minoritários no consórcio. não ultrapassando a sua posição conjunta os 49%.
O consórcio Newtour/MS Aviation propõe-se pagar 15,2 milhões de euros por 76% da Azores Airlines, na prática avaliando a companhia em 20 milhões de euros (o valor mínimo fixado num estudo recente, de acordo com o Executivo açoriano), e com a Região Autónoma a assumir a dívida.
Anteriormente, o consórcio propôs pagar 5,016 milhões de euros pelos 76%, quando a companhia estava avaliada em seis milhões de euros.
Há cerca de um ano, em Abril de 2024, o júri do concurso de privatização da Azores Airlines, presidido por Augusto Mateus, levantou dúvidas sobre o “músculo financeiro” do único concorrente à compra da empresa. Uma situação que poderá agora melhorar com a entrada de Carlos Tavares e Paulo Pereira da Silva.
O futuro dono da maioria da Azores Airlines ficará obrigado a respeitar os acordos colectivos de trabalho e a não realizar despedimentos colectivos, nem extinguir postos de trabalho “durante um período mínimo de 30 meses”.
Também durante 30 meses, no mínimo, a companhia terá de manter a sede e a direcção efectiva nos Açores e operar as ligações Lisboa – Ponta Delgada, Lisboa – Lajes, Porto – Ponta Delgada e Porto – Lajes e os voos para os EUA e o Canadá.
A privatização da Azores Airlines foi uma das condições impostas pela Comissão Europeia para aprovar o plano de resgate da SATA.