A Carris propõe-se investir 170 milhões de euros na renovação da frota até 2026, anunciou o presidente da empresa.
Pedro Bogas fez o anúncio no decorrer da cerimónia de apresentação dos primeiros eléctricos articulados que hoje mesmo começaram a circular na capital.
“A Carris vai investir 170 milhões de euros em renovação da frota até 2026. Até ao início do próximo ano, vamos receber 44 autocarros eléCtricos – 30 standard e 14 mini – e vamos receber ainda 24 autocarros articulados a gás natural”, indicou Pedro Bogas, referindo que, com isso, a empresa terá 50% de frota amiga do ambiente.
“O nosso grande adversário é o transporte individual”, expôs o presidente da Carris, revelando que, com a procura actual, a empresa retira entre 120 mil a 130 mil carros por dia, mas, se voltar aos valores de procura histórica, registados no início deste século, poderá retirar da cidade “150 mil a 160 mil carros por dia”.
Além de renovação da frota, a Carris está a apostar no recrutamento de mais tripulantes e na acessibilidade ao serviço, com informação em tempo real para planeamento da viagem e com novas formas de pagamento a bordo, inclusive cartões bancários com tecnologia contactless.
A eficiência da viagem é outra das prioridades, estando a Carris a trabalhar num novo plano de rede, porque o actual já tem 15 anos e “está muito remendado”, pretendendo melhorar a experiência de viagem dos clientes e trazer cada vez mais clientes para o transporte público.
Outro dos investimentos é no património edificado, com quase 50 milhões de euros até 2026, para obras no Elevador de Santa Justa e nas várias estações, mas também para o edifício da Estação de Santo Amaro, que é “a jóia da coroa”, onde se pretende congregar “o passado, o presente e o futuro da Carris”, nomeadamente recuperar o Palácio dos Condes da Ponte, que está degradado, e melhorar o espaço museológico, para que seja “mais moderno, mais interactivo e com maior capacidade”.
“O futuro é para nós fundamental e, para estes novos tempos, aquilo que pretendemos é criar em Santo Amaro um campus, um hub da mobilidade, onde podemos juntar várias aceleradoras, várias startups para trabalharem connosco e com outros operadores que assim o desejarem na melhoria da mobilidade na cidade de Lisboa e na área metropolitana”, declarou Pedro Bogas.
Sobre os novos 15 eléctricos, que representam um investimento de 40,4 milhões de euros, o presidente da Carris referiu que “hoje vamos iniciar a operação com três. Já cá estão seis. Os outros estão no processo de recepção. O sétimo chega na próxima segunda-feira”.
Os novos eléctricos vão operar na carreira 15E, “a linha mais antiga da cidade”, que, neste momento, por força das obras do Plano Geral de Drenagem de Lisboa, está a fazer a ligação entre Cais do Sodré e Algés, mas quando a intervenção terminar vai até à Praça da Figueira e, depois, até Santa Apolónia, prevendo-se que, do lado ocidental, chegue até ao Jamor, no concelho de Oeiras.
“E temos ainda o sonho, a expectativa, de levar a linha até ao Parque das Nações e termos assim o arco ribeirinho com este modo de transporte”, apontou.