O Governo está a acompanhar o diferendo entre a Câmara de Cascais e a empresa Sevenair, e não prevê “qualquer razão para suspender a ligação” Bragança – Portimão.
“O secretário de Estado das Infraestruturas foi informado pela companhia do diferendo que opõe a Sevenair à Câmara Municipal de Cascais e está a acompanhar o desenvolvimento desta situação, não se prevendo qualquer razão para suspender a ligação”, disse, numa breve nota, o gabinete de Hugo Espírito Santo, sem adiantar mais pormenores.
Num comunicado enviado à “Lusa”, a Sevenair referiu que considera não dever à empresa municipal a “suposta dívida de taxas de handling” e revelou ter requerido à Cascais Dinâmica “a clarificação” desta taxa, aplicada desde 2022 na operação aérea regular.
“Essa taxa administrativa, aplicada a prestadores de serviços de Assistência em Escala, foi, na nossa interpretação, incorrectamente aplicada à Sevenair S.A”, sustentou a empresa.
Por seu turno, a autarquia de Cascais defendeu que foram feitas diversas tentativas de cobrança, tendo a Sevenair admitido, num e-mail de 30 de Dezembro de 2024, liquidar os valores em dívida em três prestações mensais sucessivas. “No entanto, apenas cumpriram com a 1.ª tranche, a 31 de Dezembro de 2024. Após vários contactos da nossa funcionária, numa tentativa de recebermos a 2.ª tranche, sem sucesso, no dia 19 de Fevereiro de 2025 houve novas interpelações às empresas do Grupo Sevenair, quanto à dívida, e com pedido de liquidação imediata em face de incumprimento de acordo, informando que dispunham de oito dias, após os quais, e continuando a verificar-se o incumprimento, os serviços seriam suspensos”, alegou a autarquia.
No comunicado, a Sevenair admitiu que tem enfrentado dificuldades financeiras “decorrentes dos atrasos de pagamento por parte do Governo Português”, e afirmou que “continuará a trabalhar com as autoridades competentes para resolver este impasse e assegurar a continuidade dos serviços prestados à população portuguesa”.
O avião que ficou hoje retido em Cascais transportava quatro passageiros com destino a Portimão. Sem efeito ficou também a viagem de regresso, à partida de Portimão, de onde deveriam partir sete passageiros.