A Câmara de Cascais decidiu suspender o processo de concessão do aeródromo de Tires, que deveria implicar um investimento imediato de 165 milhões de euros.
A decisão de suspensão foi hoje aprovada com os votos favoráveis de todos os partidos e a abstenção do Chega. O concurso para a concessão do aeródromo de Tires deveria ser lançado ainda este ano, tendo atraído antecipadamente o interesse de três grupos.
A suspensão do processo foi justificada com o alegado desconforto dos interessados com notícias vindas a público sobre a “pressão” do presidente da Câmara em decidir a concessão a favor de “grupos que alegadamente têm actividades criminosas”.
O presidente da autarquia refutou as acusações, mas explicou que, apesar de não terem fundo de verdade, “ao colar o concurso a grupos criminosos, ninguém se sente confortável a ser associado”.
Assim, Carlos Carreira prefere deixar a decisão de avançar, ou não, com a concessão de Tires para o próximo presidente da Câmara, que será eleito nas eleições autárquicas agendadas para este ano.
“O próximo Executivo terá toda a liberdade, e até facilidade, [para decidir] porque já tem muito trabalho feito, já tem todo um manancial de estudos”, disse.
O anúncio do lançamento do concurso internacional para a concessão do aeródromo de Tires foi feito no final do ano passado, no seguimento da nova vida que a autarquia queria dar à infra-estrutura que vai receber os voos executivos da Portela para aliviar o aeroporto de Lisboa .