A Comissão Europeia autorizou a Lufthansa a comprar 41% da ITA Airways, mas impõe “remédios” para manter a concorrência no mercado italiano, e desde logo no aeroporto de Milão Linate.
Em comunicado hoje divulgado, a Comissão Europeia anunciou ter aprovado, ao abrigo das regras da União Europeia (UE) para fusões, e depois de uma investigação aprofundada, a aquisição conjunta da ITA Airways pela Lufthansa e pelo Ministério da Economia e das Finanças de Itália, sendo que o governo italiano detém a totalidade da transportadora e alienar 41% ao grupo alemão.
Foi em Novembro do ano passado que o Executivo comunitário foi notificado do negócio entre o Estado italiano e a Lufthansa, então avaliado em 325 milhões de euros.
Na sua decisão de hoje, a Comissão vinca que “a aprovação está condicionada ao cumprimento integral das medidas correctivas propostas pela Lufthansa e pelo Ministério da Economia e das Finanças [italiano]”, nomeadamente facilitando o acesso de pelos duas companhias concorrentes às rotas de curta e longa distância entre a Itália e a Europa Central, e através da cedência de slots no aeroporto de Milão Linate.
Em Janeiro, a Comissão Europeia anunciou uma investigação aprofundada ao negócios. Em Março alertou para os riscos de limitação da concorrência no mercado dos serviços de transporte aéreo de passageiros com origem e destino em Itália, situação que poderia levar a um aumento dos preços ou uma diminuição da qualidade dos serviços.
A aprovação da operação, agora decidida, é também justificada por Bruxelas pelo facto de a “sustentabilidade a longo prazo [da ITA] enquanto transportadora autónoma [continuar] a ser muito incerta na ausência da operação”.
A ITA foi criada em Outubro da 2020 para suceder à falida Alitalia. No entanto, a nova empresa só sobreviveu com sucessivas injecções de dinheiro capital.
A Lufthansa é apontada como uma das candidatas à privatização da TAP.