A redução da velocidade comercial de navios porta-contentores, graneleiros e petroleiros poderia reduzir as emissões de gases de efeito de estufa (GEE) em um terço, segundo um estudo da CE Delft. A consultora vai apresentar as conclusões à Organização Marítima Internacional (IMO) na próxima semana, em Londres.
As reduções acumuladas resultantes do slow steaming desses navios apenas poderiam, até 2030, representar 12% do total de emissões de carbono ainda disponível para o transporte marítimo se o mundo quiser permanecer abaixo dos 1,5º C de aumento de temperatura global, indica o estudo que a CE Delft desenvolveu para as ONG Seas At Risk e Transport & Environment (T&E), membros fundadores da Clean Shipping Coalition (CSC).
A redução da velocidade operacional também proporcionaria, de acordo com a CE Delft, um incremento de empregos nações com indústria naval, uma vez que, conclui o estudo, a construção de naval teria de crescer mais de 30% para que se mantivesse a capacidade de transporte para o comércio global.
O estudo também concluiu que os custos adicionais da velocidade lenta nas exportações seriam marginais, e isso sem contar com as poupanças custos de transporte de combustível.
“O transporte marítimo é o único sector internacional que ainda não se comprometeu com um objectivo ou medidas de redução de emissões globais. É expectável que as negociações na IMO sejam difíceis, já que o órgão da indústria, a ICS, está atento a qualquer medida de redução até agora apresentada – incluindo metas de redução vinculativas, a necessidade de apertar os padrões de design ou ter medidas de eficiência operacional. Mas o próprio sector mostrou claramente que a velocidade lenta funciona. Provou ser eficaz para enfrentar a crise económica, por isso a IMO deveria agora chegar a acordo sobre medidas de velocidade obrigatórias para atingir reduções significativas de emissões necessárias para iniciar a descarbonização”, afirmou Bill Hemmings, director de transporte marítimo e aviação da T&E.