O vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis prevê uma “recuperação bastante forte” da economia portuguesa no segundo semestre.
“A economia portuguesa tem seguido, em termos gerais, o padrão a que assistimos em toda a Europa no ano passado, com uma recessão substancial, principalmente devido a medidas restritivas que foram postas em prática para conter a pandemia”, contextualizou Valdis Dombrovskis em entrevista à “Lusa”, em Bruxelas.
Ainda assim, “à medida que a campanha de vacinação avança e uma vez que é possível aliviar e levantar gradualmente as medidas restritivas, podemos esperar uma recuperação bastante forte da economia [portuguesa] no segundo semestre do ano”, acrescentou o responsável pela pasta de “Uma economia ao serviço das pessoas”.
“E, de facto, sabemos que em Portugal já existem algumas medidas que estão a ser levantadas”, reforçou.
A uma semana de o Executivo comunitário divulgar as previsões macroeconómicas da Primavera – que permitirão dar uma ideia mais clara da evolução da situação económica da União Europeia (UE) e da zona euro neste ano e no próximo após a recessão gerada pela pandemia -, Valdis Dombrovskis não avançou dados, mas admitiu esperar um cenário mais optimista, nomeadamente para o sector do turismo.
E para tal contribui, de acordo com o responsável, a proposta legislativa apresentada pelo Executivo comunitário em meados de Março para a criação de um certificado digital para comprovar a vacinação, testagem ou recuperação da Covid-19, um documento bilingue e com um código QR que deve entrar em vigor até Junho para permitir a retoma da livre circulação na UE no Verão.
“É claro que sabemos que no caso de Portugal, como no caso de um número considerável de países, o turismo é um sector essencial e, por isso, o lançamento do certificado verde digital […] é muito importante, de modo a ter em conta diferentes situações”, elencou Valdis Dombrovskis.
E numa altura em que a presidência portuguesa do Conselho da UE negoceia esta proposta legislativa com o Parlamento Europeu, o vice-presidente executivo da Comissão Europeia destacou que Portugal está a “trabalhar bastante intensamente” para conseguir avanços neste dossiê.
Nas previsões macroeconómicas mais recentes, divulgadas em Fevereiro passado, a Comissão Europeia voltou a rever em baixa o ritmo da recuperação económica este ano na Europa, devido à pandemia, estimando que a zona euro cresça 3,8% e a UE 3,7%.
Esta previsão de subida do Produto Interno Bruto (PIB) compara com uma projecção anterior, de Novembro passado, que apontava para um crescimento de 4,2% na zona euro e de 4,1% no conjunto da UE em 2021.
Ainda nas previsões intercalares de Inverno, divulgadas em Fevereiro, o Executivo comunitário previu um crescimento do PIB português de 4,1% este ano, uma revisão em baixa da previsão anterior de 5,4% feita em Novembro.