O ministro das Finanças, Mário Centeno, admite a nacionalização da TAP para viabilizar a companhia, na sequência da pandemia de Covid-19.
Entrevistado na TVI, e questionado sobre se o plano de relançamento da economia admite a nacionalização de empresas, nomeadamente da TAP, Mário Centeno começou por sublinhar que “[…] Já ouvi colegas meus, insuspeitos, de lhes passar pela cabeça tomar decisões, até como ministros das Finanças, que não nos passaria pela cabeça tomar há mês e meio. Portanto, não seria correto nem verdadeiro que eu dissesse […] que qualquer opção fosse tabu”.
“Sobre a TAP, por exemplo, tem desafios únicos. Há muitas formas de intervir, mas essa também é uma delas”, declarou o ministro das Finanças, quando confrontado com uma eventual nacionalização da transportadora, de que o Estado é o maior accionista com 50% do capital.
Referindo que o Governo terá de “reagir a algo para o qual não existe um guião”, o ministro das Finanças recusou “tirar qualquer possibilidade para dar resposta” aos impactos do novo coronavírus na economia, por desconhecer que “desafios se vão colocar amanhã”.
A renacionalização da TAP tem sido falada nos últimos tempos, num contexto de dificuldades acrescidas para a empresa provocadas pela quase paralisação da actividade. Humberto Pedrosa. que com David Neeleman integra o consórcio que detém 45% da TAP, já se manifestou contra tal hipótese.
A TAP, recorde-se, foi privatizada pelo governo de Passos Coelho, ao tempo da “troika”. O primeiro governo de António Costa reverteu parcialmente a operação, com o Estado a ficar com 50% do capital (mas não dos direitos económicos), o consórcio privado com 45% e os trabalhadores com 5%.