O CEO da Hapag Lloyd reconhece a necessidade de reavaliar a tonnage tax, mas avisa para o risco de substituí-la por um modelo mais injusto e desigual.
Os lucros excepcionais do shipping de contentores têm levantado vozes que questionam a baixíssima carga fiscal de que as companhias marítimas beneficiam com a tonnage tax. Rolf Habben Jansen acha bem que o assunto seja discutido, admite mudanças no futuro, mas sublinha a excepcionalidade dos dois últimos anos e sustenta que o esquema fiscal tem funcionado bem.
“Não acho que [a tonnage tax] esteja necessariamente errada. Claro, a nossa carga fiscal efectiva foi muito baixa nos últimos dois anos, e diria, olhando para o futuro, que também acredito que é um nível insustentável”, disse o CEO da Hapag-Lloyd, numa conferência de imprensa.
Daí que admita que a questão da revisão se coloque. Mas, avisou, “se se quer deitar fora um sistema que funcionou durante 20 anos por causa de dois anos extraordinários, é bom que se pense bem como substitui-lo por outro qualquer que crie condições de igualdade para todos e que seja em princípio um melhor esquema”.
Para o CEO da Hapag-Lloyd, a tonnage tax tem funcionado bem. “O esquema está em vigor em muitos países europeus e funcionou muito bem, durante muito tempo”, disse, para citar o caso da sua companhia: “se olharmos para o período 2008-2020, acho que pagámos em média 20-30% em impostos sobre os lucros que tivemos”.
Segundo a Sea-Intelligence, a Hapag-Lloyd terá pago uma taxa de imposto sobre os lucros de 0,8% no primeiro trimestre deste ano, e de 0,5% no segundo trimestre.