Com o mercado das passagens sem sinais de melhoria, o CEO da TAP reconheceu o “papel relevante” do negócio da carga na recuperação da companhia.
Na “factsheet” de Novembro, divulgada aos trabalhadores, Ramiro Sequeira sublinhou que “a TAP já realizou perto de 300 voos exclusivamente dedicados à carga aérea, para cerca de 30 destinos diferentes, em cinco continentes”.
“Com quatro aeronaves convertidas em cargueiro, duas delas com o livery TAP Air Cargo, é evidente que o negócio da carga tem tido e vai continuar a ter um papel relevante na resposta e na recuperação a TAP”, reforçou.
A TAP reduziu a capacidade em 71% e o número de voos em 72% em Novembro, face a igual período de 2019, afirmou o presidente executivo da companhia, Ramiro Sequeira, na mensagem enviada aos trabalhadores, a que a “Lusa” teve acesso.
Relativamente aos primeiros nove meses do ano, os principais indicadores – número de passageiros e voos, capacidade, ‘load factor’, ‘block hours’ e receita por passageiro – registaram quedas entre 63% e 70%, face ao mesmo período do ano anterior.
“Este relatório confirma a reversão da recuperação que se verificou no terceiro trimestre deste ano, na sequência da imposição de novas restrições nas viagens e da segunda vaga da pandemia, bem como realça o impacto da evolução da pandemia, das imposições e restrições à mobilidade dos passageiros e do comportamento da procura na performance operacional da TAP”, lê-se na carta enviada aos trabalhadores.
O CEO lembrou também que a recuperação “vai ser lenta e muito determinada pelo nível de confiança”, apontando que as projecções da IATA indicam que a recuperação da procura para 90% ou mais dos níveis de 2019 nos mercados relevantes da TAP, mesmo com a vacina, só acontecerá entre 2024 e 2025, estimando-se uma recuperação da operação em cerca de 50% em 2021, comparativamente à de 2019.
“Contudo, se a retoma tiver lugar mais cedo do que o previsto, teremos a capacidade de lhe dar resposta, visto estarmos dimensionados para o nível de procura previsto para 2022, conforme previsto no plano de reestruturação”, ressalvou Ramiro Sequeira.
Os resultados operacionais e financeiros do último trimestre deste ano, são aguardados “com muita apreensão e preocupação”, apesar do período de Natal e Passagem de Ano, bem como os do primeiro trimestre de 2021, “tipicamente um trimestre desafiador para o sector da aviação”.