Com cerca de oito meses de atraso sobre o último prazo previsto, o reinício das operações regulares dos Caminhos de Ferro de Moçâmedes, em Angola, está agora anunciado para Agosto.
A novidade foi avançada pelo presidente da CF Moçâmedes, Daniel Quipaxe, no decurso da inauguração de 17 estações nas províncias de Huila e de Cuando Cubango.
Com 756 km de comprimento, a linha de caminho-de-ferro de Moçâmedes é uma das maiores de África e liga na sua extensão máxima as cidades de Namibe (antiga Moçâmedes) e Menongue (antiga Serpa Pinto).
Os trabalhos de recuperação da via iniciaram-se em 2006 e estiveram a cargo de empresas chinesas, com financiamento de Pequim. Entretanto, a crise internacional forçou a interrupção das obras durante cerca de cinco meses, o que aumentou os atrasos na conclusão do projecto.
Para além da recuperação da via, a reactivação dos CF Moçâmedes implicou a construção de estações e a aquisição de material circulante, maioritariamente também de origem chinesa.
A portuguesa Fernave está também envolvida na reactivação dos CF Moçâmedes, prestando assistência técnica na operacionalização das áreas de comando e controlo de circulação, exploração ferroviária e manutenção do material circulante, além de ser a responsável pela elaboração e implementação do plano de formação da operadora angolana.
No início do mês, o ministro dos Transportes angolano, Augusto da Silva Tomás, sublinhou que o investimento realizado na reconstrução e modernização dos caminhos-de-ferro de Luanda, Moçâmedes e Benguela já supera os 3,3 mil milhões de dólares.