A Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) já está a estudar o aumento da capacidade da linha de caminho-de-ferro do Sena para os 20 milhões de toneladas/ano e para a circulação de composições de até 84 vagões, informou o “Notícias”, de Maputo.
Segundo o director da Brigada de Reconstrução da Linha de Sena, Sancho Quipiço Júnior, os estudos de aumento da capacidade estão a ser efectuados tendo por base a premissa de que não haverá necessidade de duplicar a via.
Até ao final do ano, a capacidade da via deverá subir dos actuais 2-3 milhões de toneladas/ano para os 6,5 milhões de toneladas. Para isso, desde Maio que decorrem as obras de reparação do troço Beira-Dondo, a cargo das empresas portuguesas de construção civil Mota-Engil e Edivisa, do grupo Visabeira, num investimento de 45 milhões de dólares.
Novas obras, já previstas, deverão aumentar a capacidade da linha para os 12 milhões de toneladas/ano, num horizonte de três anos. Mas a nova meta é chegar aos 20 milhões de toneladas.
Sancho Júnior indicou que neste momento regista-se um movimento desusado na linha, com a realização de até 12 comboios por dia, nos sentidos ascendente e descendente, provocando mesmo o congestionamento do tráfego. O que forçou a CFM a iniciar obras de reparação e manutenção, destacando-se a construção de vias para facilitar as operações de cruzamento nas estações e apeadeiros.
Esta iniciativa pretende evitar possíveis acidentes, como o ocorrido em Maio, quando a Vale Moçambique perdeu duas locomotivas e alguns vagões carregados de carvão na zona de Semacueza, naquele que é já classificado como o pior descarrilamento na história do transporte ferroviário de carvão no país.