A chinesa Comac vai promover o seu avião C919 nos mercados asiáticos, tentando, de novo, afirmá-lo como concorrente do Airbus A320 e do Boeing B737.
O C919 realizou o seu primeiro voo comercial em Maio do ano passado, ao serviço da China Eastern, que recebeu as primeiras quatro unidades do aparelho. ste mês apresentou-se pela primeira vez no estrangeiro, em Singapura, e agora está a fazer um périplo pelo Vietname, Laos, Camboja, Malásia e Indonésia,m tentando conquistar encomendas.
A Comac apresentou o C919 em 2015, prevendo então que poderia começar a voar comercialmente em 2019/2020. Na altura, os responsáveis da companhia chinesas anunciaram 517 encomendas de 21 companhias aéreas e locadoras de aviões chinesas e internacionais. Que entretanto terão subido para o milhar de aparelhos.
O avião chinês, apresentado como concorrente do A320 e B737, pode transportar entre 158 e 192 passageiros, tendo uma autonomia de voo de 4 075 a 5 555 quilómetros.
A Administração da Aviação Civil da China (CAAC) anunciou no início deste ano que vai promover o reconhecimento internacional do C919, com o objectivo de obter certificações de organismos como a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA).
No ano passado, a Comac afirmou que o seu objectivo era atingir uma produção anual de cerca de 150 destes aviões nos próximos cinco anos.
Embora utilize componentes ocidentais, o C919 representa o esforço da China para reduzir a dependência dos fabricantes europeus e norte-americanos em termos de tecnologia aeronáutica. O objectivo a longo prazo é desenvolver uma cadeia de abastecimento totalmente autóctone.
A Comac prevê que o número de aviões civis de passageiros duplique a nível mundial nas próximas duas décadas para mais de 51 mil, com a procura na região Ásia-Pacífico a aumentar de cerca de 3 300 unidades para cerca de 9 700 nesse período, algo que a empresa vê como uma oportunidade para se tornar uma “nova opção fiável” no mercado.