A chinesa HNA deverá ficar com uma participação de até 20% na futura estrutura accionista da TAP. O novo acordo entre o Estado e a Atlantic Gateway sobre a privatização da empresa foi hoje assinado.
O texto fixa o acordo de reversão parcial da privatização, com o Estado a pagar ao consórcio privado 1,9 milhões de euros para manter na sua posse 50% da companhia aérea. Mas o esforço financeiro público não se ficará por aí, uma vez que terá de subscrever cerca de 30 milhões de euros de um empréstimo obrigacionista.
Sobre a participação da HNA na TAP, Humberto Pedrosa, o líder português do consórcio Gateway, explicou-a, em conferência de imprensa: “A HNA, que vai entrar no capital da Azul que subscreveu obrigações da TAP convertíveis em acções, entra também no capital social da Atlantic Gateway com 7%. A HNA terá uma participação indirecta na TAP de 13% com a conversão das obrigações por parte da Azul que, somando aos 7% de que falei, poderá chegar aos 20%.”
No imediato, a estrutura accionista da TAP fica dividida entre o Estado, com 50%, e a Atlantic Gateway, com 45%, podendo subir até aos 50% com a compra dos títulos reservados aos trabalhadores. No futuro, está visto, a posição de Humberto Pedrosa e David Neeleman poderá reduzir-se para a casa 25-30%.
Além de aportar capital, a entrada da HNA na TAP acelerará o processo de abertura da companhia nacional à Ásia. Ainda este ano deverão iniciar-se os voos entre Pequim e Lisboa.
A “nova” TAP será doravante “uma companhia de capitais mistos, gerida como se fosse privada”, sintetizou Humberto Pedrosa. O Estado nomeará o presidente do conselho de administração, que terá voto de qualidade num Executivo de 12 membros, e terá “uma palavra” sobre o futuro estratégico da companhia, garantiu o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.