A CLdN mantém a decisão de contestar judicialmente os apoios do governo britânico aos operadores das ligações entre o continente e o Reino Unido.
O director da CLdN, Benjamin Dove-Seymour, referiu, numa audiência na Comissão Parlamentar de Transportes do Reino Unido, que o pacote de ajudas concedido a seis operadores (P&O Ferries, Eurotunnel, DFDS, Seatruck, Brittany Ferries e Stena Line) e 16 serviços de ferries designados pelo Departamento de Transportes (DfT) do país como “Rotas de Obrigação de Serviço Público”, foi “mal orientado”.
Em causa está uma injecção de 35 milhões de libras (38,9 milhões de euros) naquelas companhias, anunciada pelo governo de Londres em Maio passado..
Dove-Seymour considerou que os apoios representam, na prática, um desnecessário subsídio à oferta de capacidade de carga. “O que vimos foi uma queda na procura e os operadores responderam a isso parando navios, num sector que normalmente opera com capacidade em excesso. Portanto, nunca houve um problema com a capacidade – muitos operadores continuaram a navegar e a capacidade necessária continuava lá”.
O director da CLdN acrescentou que “isso não significa que não haja casos em que alguns sectores precisem de apoio, como o sector de passageiros, mas é importante não confundir isso com a necessidade de capacidade de carga”.
Precisamente, a questão principal, de acordo com o operador, é que a maioria das operadoras que receberam fundos do governo britânico tem serviços que transportam passageiros e mercadorias e o dramático declínio no número de passageiros ameaçou a viabilidade de continuar a transportar mercadorias, especialmente bens essenciais, como alimentos e medicamentos.
O presidente da Comissão Parlamentar de Transportes, Huw Merriman, criticou a posição da CLdN, lembrando, além do mais, que “a vossa organização poderia ter-se candidatado”. Ao que Benjamin Dove-Seymour ripostou suetentando que “A nossa preocupação é com o impacto da intervenção do governo onde esta não é necessária”. “O DfT [Departamento de Transportes] tomou essa decisão, mas não analisou todo o sector e precisa de entender completamente o que está a acontecer. Por exemplo, o mercado lo-lo foi excluído e isso representa cerca de 20% da capacidade de mercadorias no Reino Unido-Europa”, defendeu.